Chegaram como chega um messias, com a certeza da boa nova. Chegaram, arregaçaram as mangas e desataram à bordoada: os professores assim, os professores assado. Para baixo é que era caminho.
Depois, a pouco e pouco, com a poeira no ar, deram a volta ao prego e o que era do piorio tornou-se excelente. Mais: o senhor Pinto de Sousa não hesitou em mostrar ao país que a retórica dele e do partido dele é o segredo de tudo. Mudaram em dois anos o que não se mudara em gerações.
O povo, claro, estúpido como é, só estava à espera que o senhor Pinto de Sousa falasse e revelasse segredos tão bem guardados. Agora que já os sabe e que tudo mudou em Portugal, pleno emprego, salários de nível europeu, nível de vida excelente, o país acorda para o mal-estar nas escolas. Mal-estar? Essa gente não quer é trabalhar. O ideal era ter as escolas abertas 24 horas por dia. Assim, os pais já podiam estar sossegados em suas casas e os filhos ocupados na escola. E os professores já não se queixavam. Queixinhas. Só porque se andam a vigiar uns aos outros e a prepararem-se para emigrar para a velha e burocrática URSS.
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