31 março 2008


Francisco José Viegas gosta de livros. Francisco José Viegas saiu da Casa Fernando Pessoa para voltar a a dirigir a revista LER do Círculo de Leitores. E a coisa já mexe. Veja aqui.

Um blog sobre a defesa da escola pública


Lemos e gostamos.
http://emdefesadaescolapublica.blogspot.com/

30 março 2008

O ensino em Portugal


O ensino em Portugal corre o risco de se tornar assunto soporífero. Por causa de um telemóvel e de uma aluna meio tonta, o país descobriu (será que descobriu mesmo?) que algo vai mal no reino da educação e pôs-se a gritar aqui del-rei.
Quando a poeira tiver assentado, voltaremos ao assunto. Nessa altura veremos se politicamente há novidades, isto é, se o governo vai olhar finalmente para o ensino com olhos de ver ou se, pelo contrário, continuará a trabalhar apenas para a estatística. Assim, por agora, lembremo-nos que já começou a Primavera.

18 março 2008

Relógio do Mundo

Para pensar e reflectir!!!! Muito interessante.
Visitem,

http://www.poodwaddle.com/worldclock.swf

O Comício...

comício
do Lat. comitiu
s. m.,
reunião de cidadãos que se juntam para discutir assuntos políticos ou de interesse público;
assembleia popular entre os antigos Romanos.

O primeiro europeu a chegar ao Tibete


Transcrevemos a notícia, via DN: «Portugueses foram os primeiros europeus a chegar ao Tecto do Mundo há 400 anos»


António de Andrade representa, literalmente, o ponto mais alto dos descobrimentos portugueses: ele foi o primeiro europeu a chegar ao Tibete, o "Tecto do Mundo", há quase 400 anos. Para o historiador Luís de Albuquerque, aquele missionário jesuíta foi, também, "o último dos grandes viajantes portugueses dos séculos XV e XV".
António de Andrade (1581-1634) nasceu em Oleiros, distrito de Castelo Branco. Entrou para a Companhia de Jesus com 15 anos de idade e em 1600 partiu para a Índia, onde viveu até morrer. A sua primeira viagem ao Tibete, iniciada a partir do Reino de Agra, no norte da Índia, ocorreu em 1624. Segundo a mitologia da época, haveria no Tibete "muitos cristãos" e "igrejas ricamente ornadas com imagens do Nosso Senhor Jesus Cristo e da Nossa Senhora".
António de Andrade viajava acompanhado por um sacerdote da mesma Ordem chamado Manuel Marques. Iam ambos "disfarçados de mouros", com um grupo de "peregrinos pagãos". Quando foram descobertos, em Srinagar, a capital de Caxemira, António de Andrade alegou que ia à procura de um irmão que não via há muito tempo e que pensava ser o rei do Tibete. O missionário português falava persa, a língua literária e comercial da região.
Ao fim de cerca de dois meses e de muitas peripécias, António de Andrade e Manuel Marques chegaram finalmente a Chaparangue, a capital do então Tibete Ocidental.
A chegada dos dois portugueses não passou despercebida: "saía gente pelas ruas, e as mulheres às janelas a nos ver, como coisa rara e estranha", escreveu António de Andrade. O missionário constatou, também, que "a maior parte da população era muito acolhedora". Pelo que viu, o vestuário "não era propriamente limpo", mas as pessoas eram "muito meigas" e "raramente pronunciavam palavrões".
Quanto à geografia, o que aparentemente mais impressionou António de Andrade foram as "neves perpétuas" e a secura: "Não se encontra uma única arvore nem uma erva nos campos". Mesmo assim, havia "numerosos rebanhos de carneiros, cabras e cavalos" e "não faltava carne nem manteiga".
António de Andrade voltou a Chaparangue em 1625 e depois dele, outros missionários portugueses percorreram o mesmo caminho.
A Companhia de Jesus chegou a estabelecer duas missões no Tibete e até à segunda metade do século XVIII, os relatos de António de Andrade, traduzidos em quase todas as línguas do mundo católico, desde a Espanha à Polónia, foram a única fonte dos estudos de tibetologia na Europa. Do ponto religioso, porém, a missão dos jesuítas ao Tecto do Mundo não parece ter sido um sucesso: quase 400 anos depois, a esmagadora maioria dos tibetanos continuam a ser budistas.

17 março 2008

101 Dálmatas: curiosidades

[via DN de hoje]

«Seis milhões, quatrocentas e sessenta e nove mil, novecentas e cinquenta e duas. Este é o número total de pintas de dálmatas que uma equipa de animadores da Walt Disney teve de desenhar nos cães de Os 101 Dálmatas quando o filme foi feito, em 1961, e ainda não existiam computadores para executar estas penosas tarefas. O cão Pongo tem 72 pintas, a cadela Perdita, 68, e cada um dos 99 cachorrinhos, 32. E o filme, 77 minutos de duração.
O filme serviu-se do livro infantil Os 101 Dálmatas
, da autoria da escritora inglesa Dodie Smith.
Foi o primeiro desenho animado da Disney passado num ambiente contemporâneo - a Londres do início dos anos 60 - e a afastar-se dos enredos de contos de fadas e livros infantis tradicionais. Nele foi estreada a técnica animada da xerografia, que poupava trabalho e dinheiro ao estúdio, mas à qual Disney começou por pôr reservas estéticas.
O filme adoptou também uma personalidade visual mais "moderna" e estilizada, que divergia do estilo clássico, "romântico" e "redondo", de Walt Disney, e tem uma banda sonora muito jazzy, com menos canções do que era habitual nas produções animadas do estúdio. Outro dos seus grandes trunfos foi a cadavérica e estridente vilã Cruella de Vil, concebida pelo veterano Marc Davis, que se tornou numa das figuras mais populares do universo da Disney.
Em 1967, Smith escreveu The Starlight Barking, uma continuação de Os 101 Dálmatas. Mas Walt Disney tinha morrido um ano antes, e o livro nunca foi adaptado ao cinema.»

Alguns poemas de Roberto de Mesquita


Roberto de Mesquita é um poeta açoriano. Nasceu e morreu na ilha das Flores (1871-1923). É o Camilo Pessanha das ilhas. Ou, como diz Nemésio, o primeiro a cantar os Açores.
Escolhemos o poema Idílio para o lembrar.

I

Serpeava num vale a estrada tortuosa
Onde íamos os dois bebendo a tarde olente.
Paisagem fresca após a quadra pluviosa,
Um céu de intenso anil com fulvos tons de poente.

Vejo-te inda parar, sorvendo, graciosa,
Os eflúvios do campo, inebriadamente.
Nessa tarde de Março, azul e carinhosa,
A natureza tinha um ar convalescente…

Na memória arquivei todos os pormenores
Desse morrer do dia – a voz dos lavradores
Recolhendo o seu gado, a brisa que se erguera

Trazendo emanações de laranjal florido,
E um melro que embalava o campo adormecido
Na sua doce voz cheia de Primavera…

II

Entrámos já de noite na cidade.
Silêncio, estrelas, uma aragem viva…
Impressionava-me a noite evocativa
De não sei que bafejo de saudade…

Ladravam cães ao longe. Fugitiva,
Uma estrela riscou a imensidade.
Através da nocturna soledade
Tu ias a meu lado pensativa…

Ermas as ruas não rodava um carro.
Eu mergulhara num sonhar bizarro.
Fumava um boticário à sua porta,

Olhando o céu aveludado e belo,
E um clarim, a silêncio, no castelo,
Tristemente apelou na noite morna…

III

Com ar já fatigado e sonolento
No meu braço tu ias apoiada.
Iluminava agora o firmamento
Um minguante ambarino de balada.

Numa viela estreita e mal calçada,
Onde íamos seguindo em passo lento,
Divisava-se a frente enxovalhada
Dum vasto casarão que foi convento.

Que trigueiro e soturno! A olhá-la eu paro.
Tem um ar de viuvez e desamparo
Essa fachada esquálida e vetusta…

E em face desses muros denegridos
Dir-se-ia saturar-se a noite augusta
Dum remember de tempos abolidos…

IV

Sentámo-nos num largo, ao luar divino.
Eu fitava no céu pupilas sonhadoras.
No profundo silêncio um clamoroso sino
Com solene vagar bateu então dez horas.

Depois de acompanhar-te ao ninho onde tu moras,
Erguido num jardim virente e pequenino,
Fiquei a relembrar o teu corpo airoso e fino
E esses olhos de moura, escuros como amoras.

Por longo tempo ainda eu divaguei absorto
Entre prédios sem luz, dum ar soturno e morto,
Ouvindo ao longe o mar num salmo sonolento.

E ao mórbido luar, que ao sono nos impulsa,
A minh’alma bebia essa saudade avulsa
Que dimana da noite assim como o relento…

Buji - Vancouver Film School

High Five - Vancouver Film School

O Sapateado da Avó

16 março 2008

Três pérolas do Vancouver Film School

La Vie - Vancouver Film School

The Switch - Vancouver Film School

O maravilhoso mundo português


Diz o título: «Estudantes universitárias fazem dinheiro rápido em vida dupla». A explicação vem logo a seguir, «Em Vila Real e Bragança uma nova forma de prostituição está a surgir. Cada vez mais estudantes universitárias, aliciadas pelo dinheiro fácil, se dedicam à mais velha profissão do mundo.» Não, não é o começo de um romance. É notícia num jornal.
No mesmo país, «segundo a CMVM, os salários dos administradores das empresas do PSI 20 mais do que triplicaram de 2000 a 2005. Nos EUA, segundo a Forbes, os salários dos CEO das 500 maiores empresas cresceram 38% em 2006, ano em que a desigualdade nos EUA voltou aos valores dos anos 20 e em que milhões de americanos perderam as suas casas devido à crise do crédito hipotecário. Na Alemanha, os escândalos fiscais multiplicam-se e a revista Stern fala de uma elite financeira "sem moral" que mina as bases da sociedade. E nas últimas décadas o peso dos rendimentos de trabalho no PIB dos países desenvolvidos caiu cerca de 10%, em benefício do capital, não dos impostos. Razão tem Michel Rocard, quando afirma que o capitalismo se tornou demasiado ganancioso e instável para sobreviver sem uma forte regulação pública.» (via Frenesi).
Caso para dizer, sorria, está a ser enganado.

Acordo ortográfico 3


Vasco Graça Moura, poeta e escritor, mas também político, tem sido uma das vozes mais activas contra o Acordo ortográfico. Na edição de hoje do Público explica, uma vez mais, porquê.
Razões legais: «o acordo previa a elaboração de um vocabulário ortográfico comum que devia estar pronto até 1994 e que nunca foi feito. Mas também previa a elaboração de um vocabulário técnico-científico, e esse ainda menos foi feito.»
Razões históricas: «O segundo grupo de problemas tem a ver com as bases do próprio acordo. Há uma grande diversidade de critérios, em que umas vezes se invoca a história das palavras, outras a etimologia, outras o desuso e outras a pronúncia. Não há, por isso, um critério seguro. É uma norma que implica que na grafia portuguesa desapareçam consoantes ditas mudas que têm um papel muito importante em primeiro lugar no testemunho etimológico, porque a grafia transporta consigo uma carga de informação histórica, cultural e etimológica.»
Razões etimológicas: «Há ainda um terceiro aspecto que tem a ver com as vogais átonas - i, e, o, u -, que remete para dicionários e vocabulários. O acordo não diz como deve ser, remete para dicionários que não se sabe de quando são. Por exemplo, a palavra criar, que vem do latim crear - se eu consultar um dicionário do princípio do século XX, provavelmente a palavra vem com e, crear, creador, creação. Um dicionário de meados do século já tem criar com i. Qual é o critério que me leva a estabelecer a regra para escrever hoje? Isto gera muito mais incerteza.»
Razões económicas: «vou ler um texto da APEL relativo ao acordo de 1991: "A entrada em vigor do acordo provocaria uma recessão na compra de dicionários, enciclopédias e prontuários [...], milhões de livros ficariam desactualizados. [...] Acresce-se o pesado custo da reactualização e reprogramação da rede de leitura pública e dos livros escolares e de literatura infanto-juvenil. [...] As pequenas e médias editoras não teriam capacidade para suportar a reconversão e seriam levadas à falência. [...]".»

Camilo Castelo Branco


Camilo Castelo Branco nasceu há 183 anos, no dia 16 de Março de 1825, na freguesia dos Mártires (Lisboa). Filho de Manuel Joaquim Botelho Castelo Branco e de Jacinta Rosa do Espírito Santo Ferreira, recebeu o nome de Camilo Ferreira Botelho Castelo Branco e foi registado, em 1829, como filho de mãe incógnita, porque pai e avó não queriam o nome Castelo Branco associado a alguém de tão humilde condição. Sua mãe morrera quando ele tinha apenas um ano de idade. A morte do pai, quando Camilo tinha 10 anos, obrigou-o a ir viver com uma tia, para Trás-os-Montes, onde seria educado por dois padres. Aí se entreteve a deambular pelos arredores com rapazes da sua idade. Por vezes, isolava-se e passeava sozinho, deixando-se absorver pela paisagem, algo que mais tarde viria a associar à felicidade.

Aos dezasseis anos (1841), é constrangido a casar com Joaquina Pereira de França, de quem teve uma filha, e instala-se em Friúme. No ano seguinte, prepara-se para ingressar na Universidade, indo estudar com o Padre Manuel da Lixa, em Granja Velha. Já separado de Joaquina, viveu maritalmente, em Vila Real, com Patrícia Emília de Barros, de quem também teve uma menina. Esse amor levou-os a ambos à Cadeia da Relação do Porto, em 1846. Pouco tempo depois abandonou Patrícia e manteve intimidades com a freira Isabel Cândida Vaz Mourão, freira do Convento de S. Bento da Ave-Maria, no Porto. Conheceram-se em 1850. Seis anos depois, apaixonou-se por Ana Plácido, mulher casada, o que levou os amantes à Cadeia da Relação do Porto, corria o ano de 1860. Com Ana Augusta Plácido teve três filhos. Contam-se ainda outras relações passionais frustradas, como as que teve com Maria Isabel do Couto Browne e a governanta Carlota de Sá.

Foi um dos primeiros, senão o primeiro profissional das letras portuguesas. Escrevia para viver e vivia para escrever, tendo-nos deixado uma obra vasta. Camilo foi romancista, poeta, panfletário, polemista, prefaciador, crítico, tradutor, dramaturgo, bibliógrafo, historiador, cultor de todos os géneros. O conjunto da sua obra literária é o mais vasto e diversificado de todo o século dezanove. Suicidou-se no dia 1 de Junho de 1890, na sua casa de São Miguel Ceide, Vila Nova de Famalicão. Eram 15h15. Estava cego e cansado do mundo.

O romance foi o género onde se distinguiu (publicou mais de cinquenta). Se quiseres ler alguns dos mais famosos, basta clicares em cima do título e descarregares a versão que mais te convém:Amor de Perdição (ver apontamento aqui), Novelas do Minho e A Queda dum Anjo.


Estatuto da Carreira Docente das Gaivotas 2008!!!!

15 março 2008

Machado de Assis


Machado de Assis é um escritor brasileiro. Nasceu a 21 de Junho de 1839, no Rio de Janeiro, filho dum operário português mestiço, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis.
Machado de Assis é um exemplo para todos os estudantes. Tendo frequentado apenas a escola primária, perde primeiro a mãe e depois o pai. Começa a trabalhar cedo e toda a sua aprendizagem posterior é feita na condição de autodidacta. Aos 16 anos já tem ambições de escritor. Aos 20 é já um literato. Os anos passam-se e Machado de Assis cumpre o destino de tantos escritores, espalhando colaborações, experimentando géneros literários, apurando a sua oficina de escritor. Em 1881 edita Memórias Póstumas de Brás Cubas, um livro marcante. Em 1899, vem a público Dom Casmurro, a sua obra mais lida. Um clássico da língua portuguesa. Morre no Rio de Janeiro a 29 de Setembro de 1908.
Quem gostar de ler pode descarregar Dom Casmurro daqui. Ao fazê-lo está a ajudar um local que corre o risco de fechar por falta de visitantes.

Piercings, tatoos e cães



O governo é nosso amigo. O governo não gosta de cães. Os cães não são nossos amigos.
O governo é nosso amigo. O governo não gosta de piercings. Os piercings fazem mal à saúde.
O governo não gosta de tatoos. Porque devemos seguir o exemplo do primeiro-ministro: branquinhos e armaniosos, sem cães, nem tatoos, nem piercings.
De resto, para que a lei se cumpra e dado que há muito desemprego, o governo quer que os portugueses se tornem todos bufos.

Desafio


Fixe os seus olhos no texto abaixo e deixe que a sua mente leia correctamente o que está escrito:


35T3 P3QU3N0 T3XTO 53RV3 4P3N45 P4R4 M05TR4R COMO 4 NO554 C4B3Ç4 CONS3GU3 F4Z3R CO1545 1MPR3551ON4ANT35! R3P4R3 N155O! NO COM3ÇO 35T4V4 M310 COMPL1C4DO, M45 N3ST4 L1NH4 A SU4 M3NT3 V41 D3C1FR4NDO O CÓD1GO QU453 4UTOM4T1C4M3NT3, S3M PR3C1S4R D3 P3N54R MU1TO, C3RTO? POD3 F1C4R B3M ORGULHO5O! 4 SU4 C4P4C1D4D3 M3R3C3! P4R4BÉN5!

[Via De Rerum Natura]

Olá


Para que os visitantes ocasionais de outras partes do mundo nos percebam:

Ahoj, Alo, Barev, coi, Ha Lo, Hallo, Hello, Hej, Hi, Hoi, Hoy, Hola, Marhaba, Merhaba, Namaskar, Oi, Salut, Salve, Shalom, Sveiks, Xin chào, Γεια, 今日は

ilhéu das Cabras - Ilha Terceira

"Onde vos retiver a beleza dum lugar, há um Deus que vos indica o caminho do espírito"

Natália Correia

14 março 2008

Bibliotecas


Num artigo do Público de 14 de Março, intitulado «Em louvor das bibliotecas», Carlos Fiolhais diz: «Hoje como ontem as bibliotecas são indispensáveis ao nosso enriquecimento. As melhores universidades americanas distinguem-se precisamente por terem as maiores e melhores bibliotecas. (…)Porque são as bibliotecas públicas tão importantes? Porque são tão louváveis? Porque, tal como as escolas, são espaços de inclusão. São sítios onde se cresce intelectual, académica e profissionalmente. Por exemplo, 60 por cento do público de um dos ramos da Biblioteca de Nova Iorque, no Bronx, são afro-americanos desfavorecidos. Declarou Schwarzman ao jornal: "A biblioteca ajuda pessoas de baixo e médio rendimento - emigrantes - a realizar o sonho americano." Uma lição para todos!»

Licença de parto


[imagem de Rua da Judiaria]


Onde começou? Por quê? Será que há alguma portuguesa relacionada com o assunto? As respostas estão aqui.

Um livro polémico



O livro chama-se O mundo em 2025 e está a ser lançado no nosso país. São muitas as questões que ali se colocam. Por exemplo: em 2025 a China será a primeira potência mundial? Seremos ameaçados por novas epidemias? Ter-se-á resolvido o conflito israelo-palestiniano? Quais as consequências do aquecimento global?
O livro resulta de uma projecção levada a cabo pelo Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, que mobilizou os seus especialistas para realizar uma pesquisa de grande envergadura sobre as tendências, factores e protagonistas que poderão modelar o nosso futuro. Crises energéticas, catástrofes ecológicas, novos confrontos entre grandes potências, caos generalizado no Médio Oriente... Esses especialistas elaboraram um documento onde avançam com as principais evoluções demográficas, económicas e geopolíticas do mundo nos próximos anos, os riscos estratégicos, ecológicos ou sanitários que corre o nosso planeta. A partir desse estudo, Nicole Gnesotto e Giovanni Grevi redigiram este livro que prevê que o mundo esteja mais poluído, árido e perigoso – com o ressurgimento de doenças como a tuberculose. Que a população mundial aumente 23,4%. Que mais de 60% da população viva em cidades e que essa crescente urbanização dos países em desenvolvimento e o aumento da população, acarrete maior consumo de energia, com a consequente degradação ambiental e contaminação atmosférica.

Ficha técnica

Título: O Mundo em 2025
Subtítulo: Segundo os Especialistas da União Europeia
Autores: Nicole Gnesotto e Giovanni Grevi
Editor: Bizâncio
ISBN: 978-972-53-0376-4
Preço: 18€50

Um herói da Nova Zelândia

Os habitantes de uma localidade da Nova Zelândia ficaram com uma história para contar aos netos: ao fim de uma hora e meia a tentar desencalhar duas baleias-pigmeu, sem sucesso, viram chegar o golfinho Moko, que em poucos minutos resolveu a situação. Ele é agora o novo herói da ilha Mahia.
Podes saber mais aqui.

13 março 2008

O Paul da Praia da Vitória

[Imagem daqui]

O Pisca é curioso. Gosta do que o rodeia e gosta de saber. Por isso, aproveitando estes últimos dias de Inverno, quer falar do Paul da Praia da Vitória.
O Paul da Praia da Vitória é uma lagoa costeira associada à existência de um graben e de um sistema dunar localizada na proximidade do centro urbano da cidade da Praia da Vitória.

Gaspar Frutuoso descreve-o assim no Livro Sexto das Saudades da Terra, “No princípio da areia está situada a vila, antre a qual e a casaria está uma grande alagoa, que vem das enchentes, da compridão de dois tiros de besta e um de largo, onde os moradores daquela comarca alagam seus linhos e bebem também os gados, na qual se criam tantos e tão grandes eirós, que, secando-se uma vez e recolhendo-se as águas, ficaram em espaço de três alqueires de terra tantos deles, que pareciam canas que se roçaram de algum canavial, em tanta quantidade, que, vindo-se a corromper, vieram a cheirar muito mal. E também se criam nela muges, por estar tão perto do mar, que quando enche muito, rompe pera o mar como ribeira e faz entrada, por onde as tainhas sobem a ela. No meio desta alagoa está um ilhéu, de quantidade de meio alqueire de terra, em que está um pombal de pombas, e da terra estão postos penedos como passadouro, por onde vão de um e de outro até ao pombal, e logo está a vila da Praia” (páginas 14-15 da edição de 1978).

Se quiser saber mais pode ir pelos seus dedos até aqui.

Sanjoaninas


De Março a Junho é um tirinho. Em Maio começa a festa, que se estende até Outubro. Um dos pontos altos da festa terceirense é o São João, digo, as sanjoaninhas. Faltam 128 dias. O Pisca gosta muito de festas. Por isso, deixa aqui um xi de ligação às sanjoaninas de 2008.

Anedota do mês


A novidade vem no semanário Sol: "Carolina Salgado chegou [ao julgamento Apito Dourado] com dois seguranças e apresentou-se ao juiz do Tribunal de Gondomar como «escritora»."

Genéricos descem de preço em Abril


A nação está doente. Quem está doente precisa de medicamentos. A nação gasta fortunas com remédios. E ainda dizem que a nação é pobre.
Para que a nação se sinta melhor, o preço de alguns genéricos vai baixar. Destacam-se descidas na Paroxetina (substância usada na composição dos antidepressivos), no Ramipril e Lisinopril (usados nos medicamentos contra a hipertensão) e na Finasterida (para a retenção urinária), pois estão entre as mais vendidas, com uma quota de mercado que oscila entre os 60 a 70 por cento.
Assim, se um desses medicamentos custava 20 euros, passará a custar 19,90, a partir do dia das petas (1 de Abril). Caso para dizer, assim sim.


12 março 2008

O blog de um dos nossos


As aventuras da dupla Gago Coutinho e Sacadura Cabral e outras pulsações no blog do nosso João Rodrigues.

As línguas também morrem


De Espanha, pela mão do diário ABC, chega-nos a notícia da morte de Marie Smith Jones, aos 89 anos. Quando uma notícia começa assim, traz água no bico. De facto, essa morte significou o desaparecimento do eyak. Marie Smith Jones era a última representante de uma minúscula tribo do Alasca que falava eyak. No Alasca e nas ilhas Aleutianas vivem 63.390 nativos, 14.800 dos quais possuem ainda idiomas originais. O eyak de Marie Smith Jones era uma das três mil línguas em perigo de extinção, segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Todos os dias morrem pessoas que falam algumas dessas línguas em vias de extinção.

O mundo das línguas está na proporção inversa da população mundial: 96% das línguas são faladas por apenas 4% da população mundial e mais de 80% dos idiomas são endémicos (e confinados a um só país). Mais de metade da população mundial serve-se de uma das oito línguas com maior difusão: o chinês (1.200 milhões), o inglês (478 milhões), o hindi (437 milhões), o espanhol (400 milhões), o português (230 milhões), o russo, árabe e o francês. Desequilíbrio que leva os cientistas a preverem o desaparecimento de 95% das línguas vivas neste século. Alguns estudiosos defendem que, a cada duas semanas, morre uma língua.

Os índices de extinção são muito elevados nas zonas onde há maior diversidade linguística: em África (onde mais de 200 línguas contam com menos de 500 falantes), na América, na Ásia (particularmente na Índia), na Oceânia, mas também na Europa. Para que uma língua sobreviva, dizem os especialistas, necessita, no mínimo, de cem mil falantes.

O bielorrusso e o tártaro estão potencialmente ameaçados. No grupo dos seriamente ameaçados estão: o ladino, aramaico, árabe cipriota, o yiddish, o gascão, o languedoquiano, o provençal, o alpino-provençal, o franco-provençal, o romani, o normando, o bretão e mais, muito mais.

Sócrates nunca cede, pum!

Sócrates não é português. O governo de Sócrates não é deste mundo. Determinado, insensível a protestos, Sócrates garante que, doa a quem doer, ele não muda. Por isso, esta notícia do DN deve fazer parte dalgum guião de humor. Ou será que Sócrates, como primeiros-ministros anteriores, acredita que mais do aquilo que se faz, importa aquilo que se diz?

O estado da educação no nosso país


Num universo de mil estudantes, cem acredita no Pai Natal. Ou crê que a Terra é uma miragem. A gente lê (no Público) e pasma: «Um em cada dez estudantes universitários de Coimbra acredita que a pílula anticoncepcional protege da infecção por VIH/sida, segundo um inquérito realizado pela investigadora Aliete Cunha-Oliveira, da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra.»

11 março 2008

Calendarização da Páscoa


Amigos, ora aqui está uma curiosidade que desconhecia...Já me tinha interrogado o motivo pelo qual estas datas estavam sempre a mudar... Ora aqui está a resposta! A Páscoa é sempre o primeiro Domingo depois da primeira lua cheia depois do equinócio de Primavera (20 de Março). Esta datação da Páscoa baseia-se no calendário lunar que o povo hebreu usava para identificar a Páscoa judaica, razão pela qual a Páscoa é uma festa móvel no calendário romano. Este ano a Páscoa acontece mais cedo do que qualquer um de nós irá ver alguma vez na sua vida! E só os mais velhos da nossa população viram alguma vez uma Páscoa tão temporã (mais velhos do que 95 anos!). 1) A próxima vez que a Páscoa vai ser tão cedo como este ano (23 de Março) será no ano 2228 (daqui a 220 anos). A última vez que a Páscoa foi assim cedo foi em 1913. 2) Na próxima vez que a Páscoa for um dia mais cedo, 22 de Março, será no ano 2285 (daqui a 277 anos). A última vez que foi em 22 de Março foi em 1818. Por isso, ninguém que esteja vivo hoje, viu ou irá ver uma Páscoa mais cedo do que a deste ano.

Frase da semana

«é condição necessária (entre outras) que mais pessoas se venham…»
Luís Campos e Cunha, ex-ministro das Finanças do governo de Sócrates, no Público de 7 de Março de 2008 (via Insónia)

10 março 2008

A democracia não se esgota no voto

Vale a pena ler André Freire (Professor de Ciência Política no ISCTE), no Público de hoje: «A ideia de que a democracia não se esgota no voto é uma ideia tão elementar, tão rebatida e, supostamente, tão comummente aceite, que pode à primeira vista parecer redundante e espúrio fazer deste tema o objecto de um artigo. Porém, hoje, mais do que nunca, há um abismo entre a teoria e a prática. Por exemplo, apesar de, amiúde, políticos e jornalistas, entre outros, se lamentarem com o declínio da participação eleitoral e exortarem os cidadãos não só a votar, mas também a participar activamente na vida das respectivas comunidades, quando os cidadãos se mobilizam muito (como nas recentes manifestações) logo assistimos a uma desvalorização da participação extra-eleitoral e a uma hipervalorização do voto. Ou ainda: apesar de regularmente se lamentar a fraqueza da sociedade civil e se exortarem os cidadãos a fortalecê-la, nomeadamente para todos termos uma melhor governação, temos assistido recentemente a uma demonização dos sindicatos, que estão entre as maiores organizações da sociedade civil. Ou será que só os empresários representam a sociedade civil?»
Gostaríamos de transcrever o artigo na íntegra. Como não podemos, deixamos apenas mais um pedacinho.
«As mais recentes [sondagens] (CESOP/RTP, 28/2, e Eurosondagem/Expresso, 1/3), apesar de continuarem a revelar a liderança do PS nas intenções de voto (CESOP: 39 por cento), muito por falta de alternativas, revelam também um claro descontentamento com o exercício do "poder absoluto". Segundo o CESOP, 37 por cento dos portugueses pensam que o PS ganhará em 2009, mas 71 por cento consideram que nenhum partido terá maioria absoluta. Mais, 66 por cento acham que o desempenho do Governo tem sido "mau" ou "muito mau"; 81 por cento estão nesta situação se nos reportarmos apenas às políticas sociais (saúde, educação, segurança social). Neste sentido, revejam-se os barómetros DN/Markest em 2007: os titulares das duas primeiras pastas lideravam, destacados, a impopularidade (DN, 30/11/07, 25/5/07 e 26/1/07). Por último, 62 por cento consideram que os três anos de governo trouxeram "mais coisas negativas que positivas" (CESOP). Parece, portanto, que a expressão de descontentamento na rua pode não estar assim tão longe das preferências populares como alguns alegam.»

Acordo ortográfico

Ainda a procissão não saiu e já a notícia é um chamariz ao negócio: «Primeiros dicionários com futura grafia do português editados sexta-feira.» Pura eficiência, hã? Isto se não houver mexidas no texto do acordo. Mas negócio é negócio e quem não arrisca... (como eu gosto da língua portuguesa).

Quem é Maria de Lurdes Rodrigues?

Foi professora no ISCTE (Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa), onde se licenciou, doutorou e fez as provas de agregação, de 1986 até ser chamada para o governo.
É autora de "Os Engenheiros em Portugal" (tese de doutoramento em 1996, publicada pela Celta três anos depois).
Esteve em Moçambique alguns anos e foi colaboradora do jornal A Batalha.
Revela sentido de humor. Pertence-lhe a frase: "Se estivesse no lugar dos professores, também não gostava da ministra da Educação".
Para saber mais, vá pelos seus dedos.

08 março 2008

cenas

Maria Gabriela Llansol (1931-2008)


Maria Gabriela Llansol, escritora portuguesa, é autora de uma obra com cerca de 30 títulos publicados. Ganhou muitos prémios, mas poucos ouviram falar dela e menos ainda a leram.
Maria Gabriela Llansol Nunes da Cunha Rodrigues Joaquim, mais conhecida como Maria Gabriela Llansol, nasceu em Lisboa, no dia 24 de Novembro de 1931 e morreu em Sintra, a 3 de Março de 2008.
O seu primeiro livro, Pregos na Erva, data de 1962. O último, Desenhos a Lápis com Fala - Amar um Cão, é de 2008.
Sobre si, a autora disse: "_____ eu nasci em 1931, no decurso da leitura silenciosa de um poema". A sua escrita era mesmo assim, com linhas e espaços em branco.
Depois do curso de Direito, em 1955, e do curso de Ciências Pedagógicas, em 1957, inicia um trabalho de experiência pedagógica que leva para a Bélgica, Lovaina (1971-79), onde põe em prática uma experiência inovadora com a linguagem. É já a busca de uma língua "nova", a "língua sem impostura", tão presente em Um Beijo dado Mais Tarde (1990), a que fará surgir um texto "novo". No meio dessa experiência escreverá O Livro das Comunidades (1977), o primeiro da Trilogia Geografia de Rebeldes.
Alexandra Lucas Coelho, no Público, escreveu: «Maria Gabriela passou 20 anos na Bélgica. Ao regressar a Portugal, foi viver para Colares e depois para Sintra. Vivia com o compromisso que pedia à escrita, longe do poder e dos seus príncipes. A mesa de trabalho era o lugar onde se sentia "inteiramente feliz". E o texto ou vinha ou não vinha. "Não sou escritor", escreveu, para dizer que não se inquietava se não viesse.
Os livros foram saindo, na Afrontamento, na Regra do Jogo, na Rolim, na Relógio d'Água, e mais recentemente na Assírio & Alvim. O "livro-fonte" chamava-se
O Livro das Comunidades. Uma comunidade não é a massa, será mesmo o seu contrário.
A de Maria Gabriela Llansol é uma comunidade de rebeldes, marginais, malditos, figuras "intensas" da história, da poesia, da filosofia, da pintura, da Bíblia, dos sonhos, convocadas pelo texto, tão reais como a realidade de descascar ervilhas enquanto se ouve Bach - são Bach e Anna Magdalena Bach, Myriam e Témia, Nietzsche e Rilke, Eckart e Ana Peñalosa, Ibn" Arabi e Kierkegaard, Tomás Müntzer e Robinson Crusoé, Kafka e Hölderlin, São João da Cruz e Aossê (o nome que Maria Gabriela encontrou para Fernando Pessoa).
Todo eles são família e aparecem no texto tão naturalmente como o peixe rosa-avermelhado ou o velho gato vadio, o castanheiro ou os metrosíderos, a jarra de faiança verde ou a tesoura para cortar os pavios das velas, ou aquele momento em que Maria Gabriela vê a A Festa de Babette - porque tudo é a vida viva agora, uma intercepção de rostos, memórias, visões, fulgurações, fragmentos, elipses. Quando não se vê, como quando há um eclipse, aparece um travessão. O texto ficou opaco.
Há uma passagem em que Maria Gabriel Llansol escreve: "Quem traz algumas mutações estilísticas, algumas propostas poderosas de mutação do olhar pode não ser bem-vindo mas não pode, de certeza, ser dispensado." Uma obra que dá tudo - "fazer de nós vivos no meio do vivo" - exige tudo. O texto de Maria Gabriela Llansol implica profundamente o leitor, os seus leitores foram formando uma comunidade firme, devotada mesmo, mas nunca foram uma massa, nem com o empurrão fugaz que podem dar os prémios de literatura (e em Portugal ela teve-os quase todos, incluindo por duas vezes o Grande Prémio APE de Romance e Novela, a última das quais com Amigo e Amiga, de 2006).»

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Cem mil professores na rua a marchar contra uma política é algo de absolutamente inédito. E, por isso, cheio de significado. O ensino está mal. A política da educação do governo de Sócrates quer torná-lo pior. O absurdo instalou-se e os professores vieram para a rua. Ainda bem.
A par de alguns desabafos, pudemos ouvir opiniões de professores no topo de carreira que puseram a nu a fantochada do suposto processo de avaliação dos professores: o clima a azedar entre colegas numa mesma escola; os alunos a aproveitar para baixarem resultados sem serem penalizados; programas desfasados do rigor científico.
Como esses lúcidos profs fizeram questão de lembrar, os professores foram formados para avaliar alunos e não colegas, embora uns quantos medíocres se ponham em bicos de pés, pensando que a avaliação é um bolo que se distribui cinicamente e um modo de os resgatar da sua mediocridade. As consequências avizinham-se perigosas: para a escola pública, para o bem-estar da comunidade educativa, para a formação dos alunos. Mas a cegueira de uma equipa ministerial e o arrebatamento do primeiro-ministro impede-os de ponderar essas consequências, preferindo recorrer à demagogia.
A demagogia é o recurso retórico de quem não tem argumentos. E está encurralado. Cem mil professores na rua são bem a prova de quanto este governo se deixou encurralar, desbaratando um capital de simpatia que começou por colher junto da maioria dos portugueses.

07 março 2008

Joel Serrão (1919-2008)


No dia 5 de Março, morreu o investigador português Joel Serrão. A notícia vem na edição do jornal Público de hoje e no sítio da RTP. Coordenador do Dicionário de História de Portugal e estudioso da obra de escritores como Quental, Cesário Verde ou Fernando Pessoa, Joel Serrão foi, segundo o historiador Fernando Rosas, "um grande especialista do século XIX".
Nascido no Funchal em 1919, onde fez o liceu, licenciou-se em Ciências Histórico-Filosóficas na Universidade de Lisboa. Dos anos 40 até ao início dos anos 70, foi professor liceal em várias cidades do país. A partir do início dos anos 70, Serrão deu aulas na Faculdade de Letras da Universidade Clássica de Lisboa, dirigiu o Centro de Estudos de História do Atlântico, na sua Madeira natal, integrou o Conselho de Administração da Fundação Calouste Gulbenkian e ensinou ainda na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
O primeiro livro que publicou foi a edição, em 1945, das cartas de Pessoa ao poeta açoriano Armando Cortes-Rodrigues, colaborador de Orpheu (certamente por lapso, o autor do artigo, Luís Miguel Queirós, apoda Cortes-Rodrigues de madeirense, quando era natural de S. Miguel).
A par de obras como Para a História do Século XIX Português (1953) e Temas Oitocentistas (1959), ou dos seus trabalhos sobre a emigração portuguesa, Joel Serrão escreveu livros sobre Sampaio Bruno, Antero e várias outras figuras da cultura portuguesa. Dirigiu, com Oliveira Marques, a Nova História da Expansão Portuguesa. O seu Dicionário de História de Portugal, publicado entre 1963 e 1971, foi um pequeno best-seller à escala portuguesa, e ainda hoje se vende.

Acordo Ortográfico daqui a 6 anos

Segundo o DN de hoje, o acordo ortográfico entra em vigor daqui a seis anos. Vai-te preparando para esquecer c mudos e lembra-te que a ortografia de pouco vale.

A equipa do Pisca de Gente

Alexandre Celta, Amílcar Cabral, Ana Ferreira, Ana Pamplona, Ana Rodrigues, Ana Vilela, Ângela Gonçalves, Carlos Bessa, Célia Louzeiro, Eugénia Silveira, Fernando Santos, Jacinta Fonseca, João Rodrigues, Luísa Andrade, Mónica Monteiro, Margarida Ribeiro, Noélia Horta, Paula Furtado, Paula Pires, Paulo Martins, Ricardo Vieira e Teresa Meneses...

Segundo número já circula

Abrimos o segundo número com chave clássica, lembrando Camões e Pedro Nunes. Damos um cheirinho de outras aventuras lectivas e passamos, cosmopolitas, às viagens, aos amigos, aos hobbies. A seguir recordamos que, para se fazerem coisas, são necessárias equipas. Logo de seguida vêm as festas, os bailes, os espectáculos. As origens do carnaval e o relato doutros carnavais correm a cargo das profs de francês. Rimas e demais versos chegam-nos pela voz dos alunos. E chegam as notícias, as curiosidades da ilha, do mundo, da informação e da técnica. Ao mundo fascinante dos minerais, juntam-se os cuidados a ter com o HIV. Aos antigos jogos do mundo responde outra sedução, a do humor. Sedutora é a figura do açoriano Francisco de Lacerda, compositor brilhante, que recordamos aqui. E se a música é prazer, é, também, matemática. Assim, com a ginástica mental, aquecemos um pouco e falamos do Sol e de plantas das ilhas que dele se alimentam. Para terminar e depois de duas mostras de criatividade, damos notícia doutras ginásticas, as dos alunos e das suas provas. Tudo sob a supervisão editorial e gráfica dos profs do 1.º grupo do 2.º ciclo. Tudo em Pisca de Gente.


No ano de 1992 surgia o primeiro número do Pisca de Gente. Trinta e quatro páginas, em formato B4. Ou seja, num tipo de papel um pouco mais pequeno do que a folha de A4.
Textos manuscritos, desenhos e imagens eram recortados, colados e fotocopiados antes de se chegar à versão final. É que naquele tempo os computadores ainda não faziam parte da rotina do dia a dia.
O nome, Pisca de Gente, veio de uma turma do 5.º Ano. Foi escolhido num concurso em que participaram as turmas todas de 5.º e 6.º ano. Escolheu-se esse nome porque era bonito e por mostrar que era feito por gente nova.
Começou por ser um jornal do grupo de Língua Portuguesa do 2.º Ciclo. O número 1 foi assim. Mas as pessoas gostaram tanto, que os alunos do 7.º ao 9.º ano também quiseram participar. Criaram-se, então, secções abertas a todas as disciplinas e a aventura alargou-se. Chegavam-nos desenhos, textos, ideias de alunos de todos os anos e de professores de diferentes disciplinas: Matemática, Educação Musical, Inglês, EVT, Educação Física, etc.
O Pisca de Gente cresceu e tornou-se num Clube de Jornalismo, que dava direito a cartão (com fotografia e tudo). Havia vários alunos inscritos.
Faziam-se reportagens, entrevistas, recolhia-se e seleccionava-se muito material escrito e visual. Porque o Pisca de Gente sempre gostou muito de imagens, de desenhos, da criatividade.
15 anos depois, um novo desafio, pois a nossa Escola cresceu muito. Assim, Pisca de Gente inclui, pela primeira vez, textos e desenhos de alunos da Pré e do 1.º Ciclo. Esperamos que gostem. E até ao próximo período.


Olá. Bem vindo ao blogue do Pisca Gente. Prepara-te para sofrer um bocado. Porque às vezes vamo-nos rir e às vezes não. Somos assim.