27 março 2011

Desemprego jovem na Europa: alguns números

Alemanha: número de licenciados (961 mil, em 2008); taxa de desemprego jovem 8,3%.
Áustria: (93 mil mil, em 2008); desemprego jovem 8%.
Bélgica: (139 mil, em 2008); desemprego jovem 20,4%.
Bulgária: (75 mil, em 2008); desemprego jovem 25,2%.
Dinamarca: (64 mil, em 2008); desemprego jovem 13,5%.
Eslováquia: (73 mil, em 2008); desemprego jovem 37,7%.
Eslovénia: (25 mil, em 2008); desemprego jovem 16,1%.
Espanha: (377 mil, em 2008); desemprego jovem 43,1%.
Estónia: (16 mil, em 2008); desemprego jovem 25,9%.
Finlândia: (89 mil, em 2008); desemprego jovem 20,6%.
França: (934 mil, em 2008); desemprego jovem 9,6%.
Grécia: (107 mil, em 2008); desemprego jovem 35,6%.
Holanda: (213 mil, em 2008); desemprego jovem 7,8%.
Hungria: (102 mil, em 2008); desemprego jovem 30,5%
Irlanda: (76 mil, em 2008); desemprego jovem 29%.
Itália: (590 mil, em 2008); desemprego jovem 29,4%.
Letónia: (28 mil, em 2008); desemprego jovem 33,3%.
Lituânia: (43 mil, em 2008); desemprego jovem 34,4%.
Luxemburgo: (4 mil, em 2008); desemprego jovem 17,4%.
Malta: (4 mil, em 2008); desemprego jovem 24,9%.
Polónia: (514 mil, em 2008); desemprego jovem 24,9%.
Portugal: (77 mil); taxa desemprego jovem 21,2%.
Reino Unido: (728 mil, em 2008); desemprego jovem 20%.
República Checa: (113 mil, em 2008); desemprego jovem 17,9%.
Roménia: (331 mil, em 2008); desemprego jovem 21,7%.
Suécia: (93 mil, em 2008); desemprego jovem 22,6%.

Fonte: i

A missão dos muito ricos é...


Rolls-Royce, Bugatti, Pagani, Ferrari, Lamborghini, Koenigsegg, Aston Martin - banhados a ouro e diamantes ou apenas com os requintes desejados. Boeings 747 e Airbus A380, helicópteros e, claro, as habitações (com uma pequena legião de servos). Há muito por onde escolher. Quanto mais pobre a população, mais os multimilionários enriquecem. Mais podem ostentar.

Da infância à adolescência: um líder catavento


À medida que os dias vão passando, torna-se evidente a falta de preparação do líder do PSD. A cada novo dia, Passos Coelho sai-se com mais uma afirmação categórica, cuja particularidade é desdizer o que, dias antes, afirmara com a mesma determinação.
E fica claro que o PSD apenas ambiciona o poder e não tem um líder à altura da crise. O demónio chamado Sócrates, por mais defeitos (e são muitos), mostrou-se capaz de resistir bem à crise e, mesmo com uma dívida colossal, soube resistir à pressão e gula dos mercados.
Passos Coelho saiu de Portugal, no dia a seguir ao anúncio do pedido de demissão do primeiro-ministro, para ser confrontado com uma Europa que lhe pediu medidas, e a ideia com que se fica é que foi apenas aí que o senhor tomou consciência do valor de Sócrates. Agora, não se cansa de dizer que "Votámos contra o pacote de austeridade, não porque foi longe demais, mas porque não vai suficientemente longe para obter resultados na dívida pública".
A credibilidade deste senhor é, de facto, reduzida e não prenuncia nada de bom. Não prece ter estofo para levar o país a bom porto.
Se a máquina de propaganda do PSD não controlar as aparições do líder, não me espantaria que as intenções de voto começassem a descer e que os resultados do PSD ficassem muito colados aos do PS (e até já podemos ouvir Passos Coelho dizer, naquele seu estilo troca-tintas, que a intenção dos portugueses foi, claramente, a de pedir um governo de bloco central).
Passos Coelho quis aparecer como um homem diferente de Sócrates. Moderado, aberto, disposto ao diálogo, mas a coisa não lhe tem saído bem, pela simples razão de que não tem experiência, nem calo para o que está em jogo. Quando tiver, distinguir-se-á de Sócrates?
Para já, Passos Coelho e o PSD conseguiram que Portugal perdesse uma batalha que parecia estar a ganhar: "o país estava no limite de ser o primeiro a aceder a um apoio na modalidade revista do fundo que apoiou a Grécia e a Irlanda ou de nem ter que recorrer a esse fundo". Porquê? Porque houve demasiada gula e precipitação. As últimas declarações de Passos Coelho são bem a prova disso mesmo. Ele já percebeu que Portugal precisa de executar políticas difíceis e extremamente impopulares, com reformas estruturais, para poder, daqui a alguns anos, levantar a cabeça.
Pena que não tenha percebido isso mais cedo. Pena que a gula do seu partido pelo poder o tenha levado a dar um péssimo passo.

23 março 2011

Brincar com o fogo para... mostrar que nada tem para se dizer

Portugal tem uma classe política engraçada. O governo passa à condição de demissionário. O líder do maior partido da oposição nada tem a dizer, salvo cada português encontrar o melhor dentro de si (os analistas económicos são categóricos: o PEC IV vai ser aprovado e ainda vai ser preciso mais um). A esperança é... uma flor de plástico.
Nenhum partido, como se viu pelas declarações que se seguiram à comunicação de Sócrates, tem nada a propor de concreto. Todos sabem que a factura é alta e que teremos de ser nós a pagá-la.
As eleições que aí vêm não mudarão nada. A confusão permanecerá. Apenas podem mudar (ao que parece) os rostos da governação.
O que é isto, afinal? Amuos de meninos crescidos? Brincar com o nosso dinheiro (que é diminuto)?

Resta esperar pelas eleições e ver:

a) como vai ser a abstenção;
b) quem vão ser os grandes derrotados;
c) que tipo de manobras serão necessárias para constituir um governo de maioria;
d) qual é o real buraco das contas públicas e como vai ser pago;
e) como vão cortar os salários (em troca das tais flores de plástico) os que até agora têm falado noutras maneiras de resolver os problemas ou onde vão esses mágicos buscar dinheiro.

A ordem das alíneas pode parecer arbitrária, mas creio que o que aí vem vai mostrar que não é tanto como parece.

Cuanto sé de mí


Mi dni: 31650987C.
El pin de mi teléfono es 9276.
El de mi visa —número 4940005043313975— es 7692.
El de mi mastercard —número 0030443298919438— es 9276.
El password de mi email juanbonillagago@yahoo.es es cruyff1974.
La clave de mi cuenta en ebay, usuario varanasi2003, es toureiffel1918.
Para entrar en mi cuenta del BBVA,
marque en bbva.es el número de mi VISA
y escriba cruyff1974 cuando le pidan la clave.
La de mi cuenta en iberlibro es kyntaniya23.
Lo mismo para paypal.
Lo mismo para uniliber.
Número clave del portero automático de mi casa
en Menéndez Pelayo 29, Sevilla, 6691.
Número clave de mi cuenta e-barclays, es 50987,
usuario número de mi tarjeta mastercard.
En RENFE, IBERIA, VUELING, BRITISH AIRLINES,
soy bonilla66, y mi clave de acceso: cuidadoconelperro.

Creo que nunca antes un poeta
había puesto tanta intimidad
al alcance de sus lectores.

JUAN BONILLA, Cháchara, Renacimiento, Sevilla, 2010, página

Portugal e a gula

Há tugas que são muito gulosos. Tão gulosos que não hesitam em esfregar as mãos de contentamento por uma questão de ressentimento. Portugal tem de sofrer esta gente que gosta de falar em sentido nacional, quando pouco ou nada faz pelo país. O que se tem estado a passar na Assembleia da República é bem a prova disso.
O governo em funções agiu mal. Foi precipitado. Se isso resulta de uma estratégia política, o objectivo é medíocre: deu tiros nos próprios pés. A maior parte da população não está com Sócrates nem com o PS.
Mas o que está em causa não é o PS ou a vontade de o PSD chegar ao poder. O que está em causa é a crise e os custos que as eleições vão ter, directa e indirectamente. Directamente, porque as eleições são caras. Indirectamente, porque isso vai obrigar a mexer em muitas chefias e nas consequentes indemnizações. Ao mesmo tempo que se corre o risco de cair na situação da Grécia e da Irlanda, cujas taxas de juro têm sido negociadas com valores proibitivos.
O PSD deveria ter esperado. Mas resolveu agir já, com o beneplácito de Cavaco Silva. É importante não esquecer que o PSD afirma peremptoriamente querer travar a má política económica do governo. Se o que vier por aí for pior, veremos como descalça a bota. Para já, Passos Coelho admite subir impostos se for primeiro-ministro. Ora subir impostos quando já está tudo tão sufocado é, como se calcula, uma solução miraculosa. Que outras soluções do género tirará o PSD da cartola?
A gula pelo poder é terrível. E quem paga esses apetites é o zé povinho.

13 março 2011

mitras, boys, betos

«(...) entre 2000 e 2007, relativamente ao grupo etário correspondente, Portugal teve a percentagem mais elevada de estudantes pós-graduados do mundo. Durante a última década, o número de doutorandos quadruplicou, ultrapassando países como a Suécia, a Inglaterra e os EUA. Parece exaltante, mas não é.»

Maria Filomena Mónica, Público

Lisboa, Porto e Braga à rasca







... e Ponta Delgada (http://www.acorianooriental.pt/noticias/view/214315), Coimbra (http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/13398733/1) e Viseu:

Portugal a sair da letargia









12 março 2011

No dia da "geração à rasca"

Para que serve a política, pergunta-se com cinismo, tendo engatilhada a resposta: para uns quantos se governarem. E, de facto, parece óbvio que são muitos os que se tornam militantes por saberem que vão ter um lugar ao sol. José Sócrates é bem a prova disso.
Nem todos terão condições para singrar no emaranhado requentado dos partidos políticos. E apenas os partidos que estão no poder têm condições para oferecer jobs. As autarquias empregam muita gente, directa e indirectamente. Basta ver o número de empresas municipais e de assessorias (pág. 416 do Tomo I do Dicionário Houaiss) para ter uma ideia do dinheiro que se gasta com a coisa.
O que acontece em Portugal é que as nossas empresas (e cá estamos nós a repisar um velho assunto) são no geral más: pagam pouco e mal, não produzem com qualidade nem desejam fazê-lo, pois os empresários apenas pensam no lucro fácil. As excepções, por enquanto, apenas confirmam a regra.
Quando uma dita "geração à rasca" sai para a rua a protestar pela precariedade laboral, não pode pedir ao governo jobs. Pode e deve pedir a quem de direito (deputados, partidos, governo) leis que ponham cobro à exploração. E devem fazê-lo com força, pois estão a dar um sinal aos tais empresários medíocres de que empresas assim têm os dias contados.
A distribuição da riqueza tem de ser prática comum, não por um qualquer intuito cristão, mas porque não há outra maneira de um país crescer. O trabalho produz riqueza e esta tem de ser justamente distribuída.
Nós, cidadãos de Portugal, temos o dever e a obrigação de exigir que tal aconteça. Que o trabalho seja bem pago. Que o trabalho tenha como finalidade o aumento da riqueza e não a exploração, a estagnação, o rebaixamento da dignidade humana.
Nas ditaduras, a maior parte da população vive à míngua para que meia dúzia possa ter fortunas colossais. Em sistemas como aquele em que vivemos, os governos e os partidos que os representam veiculam ideologia que promove "os mercados", como se estes não fossem constituídos por pessoas e por interesses.
Ora vai sendo tempo de os portugueses saírem da letargia e reivindicarem LEIS, DIGNIDADE, JUSTIÇA.