31 agosto 2008

Vigiar vigiar vigiar

Numa democracia há, supostamente, direitos e garantias. Mas em nome da suposta segurança do cidadão continua-se a diminuir aquilo em que assentam as constituições de vários países: os direitos do homem. E a coisa começa a ficar feia. Vasco Pulido Valente põe o dedo na ferida, no seu artigo do Público. Ora leiam lá:
«O Presidente da República promulgou a Lei de Segurança Interna, que, como já se sabe, cria um "secretário--geral de segurança", nomeado pelo primeiro-ministro e perante ele directamente responsável. Em princípio, o secretário-geral de segurança, com a categoria de secretário de Estado, tem uma autoridade eminente sobre a PJ, a GNR e a PSP e acesso à informação que, por acaso ou desígnio, elas recolherem. Este sistema, em si próprio confuso e manifestamente perigoso, põe o primeiro-ministro na posição ambígua de um superpolícia, que ninguém vigia e a que ninguém pede contas. Mesmo assim, o prof. Cavaco não viu nisto qualquer perigo para a liberdade dos portugueses. Nem - é bom dizer - o dr. Mário Soares, para quem, hoje em dia, Sócrates nunca erra.
Pior do que isso: depois do cartão "1 em 4" (ou "1 em 5", não sei ao certo), uma ingerência inadmissível na privacidade do cidadão, que foi um fiasco prático, mas não deixa de ser um abuso político, o Governo resolveu agora introduzir, obrigatoriamente, um chip em cada automóvel. Não se conhece ainda em pormenor a capacidade do chip e o que se pretende dele. O chip tanto pode servir para um fim inócuo, identificar um carro in situ, por exemplo, como para seguir esse carro por Portugal inteiro, coisa que permitiria ao secretário-geral da segurança e, por consequência, ao primeiro-ministro, averiguar em profundidade e pormenor a nossa suspeitíssima vida. Cavaco acha o assunto "melindroso". E a Comissão Nacional de Protecção de Dados, num gesto de uma futilidade, pede que o "alcance" do chip não passe de um "alcance local". Estará a pensar em Vizela ou na Grande Lisboa e no Grande Porto? »

O regresso de Christiane F.


Era uma vez uma menina. A menina drogava-se. Chutava forte e feio. Era completamente viciada. E tornou-se uma celebridade internacional porque contou num livro a sua vidinha. O livro foi um sucesso. O título original "Wir Kinder Vom Bahnhof Zoo", deu na nossa língua "Christiane F. - Os Filhos da Droga" (1979). E teve várias edições. A autora correu meio mundo, por causa do livro e do filme que fizeram. E porque se tornou cantora (veja tudo neste sítio, com muita iconografia) e actriz. Christiane F. reforma-se em 1985 e passa a viver de rendimentos. Tinha 23 anos. Tudo parecia correr bem, não fora o vício.
Christiane Vera Felscherinow, iniciada na heroína pelo namorado, e que recorria à prostituição para sustentar o vício, voltou aos escaparates este mês, quando as autoridades lhe retiraram a custódia do filho.

Quase 30 anos depois de os Filhos da Droga, a vida dela daria outro livro: "Christiane F. - Os pais da droga". Tão sórdido como o primeiro.
Em 1996 tornou-se mãe. Tinha 34 anos. Aos 46, após ter falhado múltiplas desintoxicações, não escapou à degradação do vício – tem hepatite C, faz hemodiálise e já nem sequer pode injectar por falta de veias capazes – e retiraram-lhe o filho por "incapacidade".
O novo drama começou este ano, quando ela e o namorado, Joachim S., de 37 anos, decidiram emigrar para a Holanda, levando a criança. Como a Justiça alemã lhe retirou o filho, ela sequestrou-o, fugindo para Amesterdão. Mas, na capital holandesa, regressou à heroína e, após uma zanga com Joachim, voltou à Alemanha em Junho. O Tribunal de Menores retirou-lhe a custódia de Niklas, que só poderá voltar ao convívio com a mãe caso ela recupere da dependência.
É pouco provável. Segundo a imprensa local, Christiane procura as antigas amizades da seringa, pernoita em casa de amigos e frequenta uma praça de Berlim famosa pelo tráfico. E Joachim declarou à "Der Spiegel" que ela snifava heroína regularmente e bebia muito álcool. Fiel, de resto, ao seu princípio. Em entrevista ao semanário holandês "De Limburger", em 2005, afirmou: "Nunca quis ser exemplo para ninguém; acho que cada um deve saber o que faz".

29 agosto 2008

Os achados de Coriscada (Mêda)







Uma campanha arqueológica no Vale do Mouro, Coriscada, revelou um povoamento neolítico com sete mil anos e permitiu descobrir uma aldeia romana que os arqueólogos acreditam ser uma "revolução" no estudo do país rural da época.
Quando se pensava que o local, no concelho da Mêda (distrito da Guarda), teria tido apenas duas ocupações – nos séculos III e IV depois de Cristo (d.C.) –, as escavações de 2008 revelaram novos achados do período Neolítico, com a presença de materiais em sílica e lascas de quartzo.
Uma equipa coordenada pelos arqueólogos António Sá Coixão e Tony Silvino iniciou as campanhas de investigação no Vale do Mouro em 2003. Sá Coixão acredita que "como as gravuras do Vale do Côa marcaram uma época, estas descobertas vão marcar um tempo, em que ainda se pensava num interior rural romano 'pobretanas' onde não se podia viver bem".
"Nos inícios do século I d.C., terá sido ali edificada uma vila [quinta] e já no século III d.C., um senhor abastado, à custa do rendimento agrícola gerado com vinho, cereais e azeite e também da exploração mineira do ferro, estanho, prata ou chumbo, terá reconvertido a vila chamando técnicos para o revestimento de salas de mosaico, edificar balneários, lagares e ferrarias", explicou o arqueólogo.
Sá Coixão admite que, numa época áurea, é forte a probabilidade de "esse senhor ter-se valido de operários livres criando um 'Vicus' [aldeia] onde os deuses e festividades passariam a ter algum cunho colectivo", algo que pode revolucionar a história conhecida da aldeia romana, defende.
Numa recente visita a este local, o professor catedrático e investigador de Pré-História e Arqueologia Jorge de Alarcão afirmou que "teria que reescrever tudo sobre o Portugal rural romano", conta.
Os primeiros anos de trabalhos centraram-se na zona do Balneário Romano e em 2006 foi descoberto um painel de mosaico policromático, presentemente a ser restaurado em Conímbriga, figurando o Deus Baco junto de uma Menade, antes nunca encontrado em regiões interiores de Portugal. No último dia de campanha de 2007, fez eco na imprensa nacional e estrangeira uma descoberta 'endinheirada' de um tesouro monetário com cerca de cinco mil moedas (4526), provavelmente envoltas num saco, tendo sido encontrado um resto de tecido que surpreendeu os arqueólogos pela sua sobrevivência.
Fonte: Público

Mais uma dor de cabeça para a Igreja?

«O Alentejo será palco, dentro de quatro semanas, do I Encontro Ibérico de Grupos Homossexuais Cristãos. A organização é do Rumos Novos, um movimento com sítio na Internet. São esperados membros de, pelo menos, sete grupos espanhóis e a hierarquia da Igreja já foi informada.
A 27 e 28 de Setembro, Évora será ponto de romaria de homossexuais de Portugal e de Espanha que assumem a sua condição de católicos (entre outras correntes cristãs). A hierarquia eclesiástica portuguesa já foi informada da iniciativa e ao arcebispo de Évora foi mesmo pedido o serviço de um sacerdote, para assistência espiritual. Os organizadores enviaram convites aos diversos partidos políticos.»
Fonte: Expresso

A velocidade da mosca


Por que é que é tão difícil acertar numa mosca?

Michael Dickinson, um cientista do Instituto de Tecnologia da Califórnia, descobriu porquê. Este especialista na biomecânica do voo dos insectos (uma área importante para desenvolver novas máquinas voadoras, por exemplo) descobriu que o pequeno cérebro das moscas calcula a localização da ameaça iminente (um mata-moscas ou uma mão estendida), determina uma rota de fuga e coloca as pernas na posição óptima para saltar do sítio onde está - tudo nuns meros 100 milissegundos.

A explicação vem na revista científica Current Biology. Um excerto pode ser lido clicando na imagem, ou passando por aqui ou aqui.

A Igreja anda nervosa




As coisas não estão a correr bem. Depois de Itália, chega notícia do Brasil. Tudo por causa de uma foto.

«A fotografia da actriz Carol Castro, seminua e com um rosário nas mãos, publicada na Playboy de Agosto, causou enorme polémica no Brasil: A Igreja recorreu aos tribunais mas a revista continua à venda.
O juiz Oswaldo Henrique Freixinho, através de uma providência cautelar, deu provimento parcial a uma petição do grupo católico Juventude pela Vida e do sacerdote Luiz Carlos Lodi Da Cruz que exigiam que a revista fosse retirada das bancas por conter una fotografia que, na sua opinião, ofende os valores religiosos e os fiéis católicos.
O juiz, todavia, só proibiu a distribuição de "novas revistas" com a foto impugnada sob pena de multa diária de mil reais (cerca de 423 euros).»
Fonte: JN

O Cristo


Fotocomposição de alexandrecelta

28 agosto 2008

Porno para Ricardo é uma banda de Gorki Aguila

Um terrorista cubano cuja arma é... a palavra. A palavra cantada. As canções da banda Porno para Ricardo não são grande espingarda, mas em Cuba a coisa pia doutra maneira e o autor da gracinha já por mais de uma vez viveu em calabouços por causa disso.




O sapo do escândalo


Uma escultura de madeira com um sapo verde crucificado, do artista alemão Martin Kippenberg, exposta no Museion, Museu de Arte Contemporânea em Bolzano, norte de Itália, provocou a ira do Papa Bento XVI.
Pois é, para o papa a iconografia é mais importante do que o resto. Afinal, há imensos fiéis e esses reagirão mal quando souberem da blasfémia. Talibãs, fundamentalistas e esta linha que Bento XVI encarna tão bem preocupam-se mais com arte e semãntica do que com outras coisas. É a vida... actual.

85 cêntimos por dia para sobreviver

«De acordo com o relatório do BM [Banco Mundial] divulgado ontem, cerca de 1400 milhões de pessoas (uma em quatro) no mundo em desenvolvimento vive com menos de 1,25 dólares (cerca de 0,85 euros) por dia. A estimativa reporta--se a 2005 e significa uma revisão em alta da última previsão do banco, que apontava para 985 milhões a viver abaixo do limiar da pobreza.
A diferença de valores explica-se devido a uma revisão do conceito de linha de pobreza. Depois de ter observado que o custo de vida nos países em desenvolvimento é mais elevado do que pensava, o BM ajustou de um dólar para 1,25 o nível para medir a linha de pobreza.
Contudo, as "novas estimativas não reflectem ainda o impacto potencialmente grande nos pobres da escalada dos preços do petróleo e dos alimentos desde 2005", adverte o BM. De acordo com a instituição, mais de 100 milhões de pessoas podem descer abaixo do limiar de pobreza.»
Fonte: Público de hoje

Cavaco inquieto com quê?

O senhor presidente vive no mundo da lua? Não. Vive em Portugal e embora os portugueses sejam dados à fantasia Cavaco Silca sabe onde vive. E sabe que quando o plim escasseia numa sociedade que faz apelo constante ao consumo (de atitudes, de marcas, de produtos) o pequeno crime dispara, pois para arranjar plim recorre-se à violência. Que, por sinal, continua bastante fotogénica. Não há estação televisiva ou jornal que deixe passar a coisa. Mas isso, caros leitores, são trocos.
O grande crime é praticado pelo colarinho branco e não parece inquietar particularmente o senhor Cavaco Silva. Quando o Estado gasta fortunas a pagar obras orçamentadas por metade do custo global real ou quando supostos gestores se fazem pagar petrodolarmente o silêncio é de lei. Isto para não falarmos de outros extrupos e piratarias levadas a cabo pelos cúmplices que estão à frente de ministérios, secretarias de estado e afins.
Se se rouba um camião que transporta valores cai o carmo e a trindade. Mas, reparem, o otário que baleou a mulher com a filha de meses ao colo, apenas queria o dinheirinho do rendimento social de inserção. E aquilo era tão urgente que não hesitou em primir o gatilho. Porquê? Mais polícia, mais video-vigilância ou algo do género vai mudar isso? Não. Mas serve, claro, para assustar a classe média, tornando-a ainda mais amorfa do que é. Amorfa, assustada, parva. Sempre com medo de que lhe roubem o popó ou a carteira. Quando todos os dias a roubam descarada a principescamente uma meia dúzia que ganha mais aqui (no tal país pobre) do que ganham os congéneres nos países vizinhos (ditos mais ricos).

27 agosto 2008

A olhar para onde?


A nós parece-nos que está a olhar para o lado e para longe, quiçá para a Grécia. E vocês que acham?
Referimo-nos, claro, à cabeça gigante do imperador Marco Aurélio quando jovem, que foi desenterrada num local arqueológico na Turquia. Os arqueólogos têm vindo a descobrir várias estátuas numa sala de banhos da cidade antiga de Sagalassos, que foi parcialmente destruída durante um terramoto entre 540 e 620 d. C.

«A cabeça, com quase um metro de altura, mostrava o jovem a olhar para cima. As pupilas estão direccionadas para o céu “como se tivesse numa contemplação profunda, completamente ajustado a um imperador que era mais um filósofo do que um soldado”, explicou o professor Marc Waelkans da Universidade Católica de Leuven, Bélgica.»

Ora a nós parece-nos que o rapaz não olhava para cima mas em frente.

O romance de mercado por João Rodrigues

Via Ladrões de Bicicletas chegámos aqui. Ora leiam lá um excerto:
«Enfim, o retrato da actual configuração do capitalismo português, depois de um longo ciclo, com vinte anos, de constante liberalização, de maciças privatizações e de irresponsável perda de instrumentos de política económica, sem contraponto em novos mecanismos de política pública dignos desse nome à escala da União Europeia, revela que a fractura social e a estagnação económica são os dois principais capítulos do romance de mercado, transformado em guia para a política, na semiperiferia da economia global.
A maioria das nossas elites políticas, económicas e intelectuais comprou este romance a um preço em conta para si, mas muito elevado para o País. Num típico movimento de fuga em frente, essas elites afirmam agora: "falhámos porque o romance não foi aplicado com suficiente afinco; só mais um esforço e tudo correrá pelo melhor no melhor dos mundos". Como afirmou o filósofo liberal Karl Popper, é típico das ideologias puras não serem passíveis de confrontação com a impureza da realidade.»

Organizações dos direitos das crianças contra spot

Um anúncio que criou polémica? Algo de novo? Não. Dizem que é para as crianças beberem sumo de laranja. Sumo, salvo seja, refrigerante. Há a versão francesa, que podem ver a seguir ou a versão inglesa que podem ver adiante.





Apesar de ser uma animação e de contar uma história de amor, o trabalho da agência francesa Max Effect tem também uma forte carga sexual. Escassos segundos depois de começar, é possível assistir a um cena de aproximação física de natureza sexual entre dois animais e esta não é, aliás, única durante o filme publicitário de 60 segundos. Segundo os criativos, o trabalho inspirou-se em filmes como “American Beauty” e “Flash Dance”.

Aquele querido mês de Agosto


Fomos ver o filme de Miguel Gomes. E rimo-nos bastante. Uma vez ou outra passámos pelas brasas. Um filme também serve para isso: para acalmar.

Gostámos (4 estrelas). E fazemos votos para que o realizador explore esse universo português com outro fôlego.

Para quem gosta de críticas, convidamo-lo a visitar as palavras de Hugo Torres. Ou as de Luís Miguel Oliveira.

Hi, George


Deste canto perdido no meio do Atlântico saudámos a chegada do Georginho à bloglândia.

Salut, meu caro e boas postas.

25 agosto 2008

Grunhos? Nã! Coitadunhos...


Coitadunhos dos industriais. Baixar preços é ilegal, causa prejuízos. Os consumidores agradecem… mas que interessam os consumidores?! Os consumidores existem para pagar. Pagam e mai nada. Quem quer saber do que se trata só tem de passear até aqui.


A utilidade da arte


Às vezes a arte é útil. Muito útil. Quase imprescindível. Que o digam dois alfacinhas que encontraram em "Treze a rir uns dos outros", de Juan Muñoz, um bom local para dormir.

As esculturas, que se encontram no jardim da Cordoaria, no Porto, servem de casa provisória a dois jovens, que não são uns sem-abrigo comuns. Foram para o Porto supostamente à procura de emprego e, sem dinheiro para casa ou pensão, vivem agora ao relento. O que faz com que as esculturas sejam olhadas com outros olhos. Há quem fique a mirar a casa provisória que os rapazes construíram sob uma das esculturas. Forrada com cartão e com plásticos, a escultura tem no interior uma pequena divisão e dois espaços que servem de cama.

Bruno P., um dos jovens, trabalhava na capital como pintor. Foi para o Porto à procura de um emprego melhor. Mas quando lá chegou as condições não lhe agradaram. A proposta de trabalho era de assentador de pedra em França, mas o jovem não gostou das condições e acabou por ficar no Porto sem dinheiro para voltar para casa.

Ontem, já passava da hora do almoço e Bruno ainda dormia, enrolado em cobertores. Não quis sair. Mas contou ao JN a sua situação. "Não sou nenhum marginal. Só estou à procura de trabalho. Penso em ir embora todos os dias, mas não tenho dinheiro", desabafa. "A Polícia já esteve aqui e perguntou ao meu colega quanto tempo é que íamos ficar. O meu amigo disse-lhe que seria até Setembro e eles não disseram mais nada. Vêem-nos aqui todos os dias quando passam, mas nada dizem. Fomos ficando", relata.

19 agosto 2008

O "Namoro" de Almada Negreiros




Figura Feminina, um quadro de Almada

Em Maio passado, nas salas repletas da leiloeira Palácio do Correio Velho, Figura Feminina, de 1946, do escritor e artista plástico José Sobral de Almada Negreiros, atingiu os 150 mil euros. Foi o valor mais alto do leilão, transformando a obra numa das mais caras de Almada Negreiros. Hugo Xavier, especialista em leilões, disse ao Público que ainda nos anos 70, um Retrato de Fernando Pessoa, de 1954, do mesmo artista, chegou aos mil contos em leilão (que hoje representariam mais de 250 mil euros).


Fonte: Público

Ler notícia completa: Aqui

Origem da imagem: Palácio do Correio Velho

18 agosto 2008

Almada: uma faceta menos conhecida


José Sobral de Almada Negreiros (1893 - 1970), pintor, escritor, poeta, ensaísta, dramaturgo, ligado ao movimento futurista, fez várias experiências em Banda Desenhada como forma de Arte.
Uma das suas mais famosas experiências no mundo da BD foi “O velho, o rapaz e o burro”, uma adaptação de um conto tradicional, publicado no periódico Ilustração Portuguesa.
No final dos anos 20, Almada foi viver para Espanha. Aí, entre 1927 e 1929, criou BD regularmente para El Sol.
O seu trabalho mais inovador foi publicado no Sempre Fixe, de onde se destacam “Os dois irmãos muito unidos” e “O sonho de Pechalin”.

07 agosto 2008

Big brother is watching you

Cada vez mais a tecnologia permite a invasão da vida privada: satélites, vídeo-vigilância, câmaras nos telemóveis e noutros aparelhos bem mais pequenos.

Agora chegou uma máquina fotográfica que tem um campo de visão muito semelhante ao olho humano. E o que parece muito engraçado para as fotos domésticas, torna-se potencialmente perigoso para a vida privada de cada cidadão, sobretudo se o Estado quiser espiolhar. O big brother é cada vez mais uma realidade.

06 agosto 2008

Que miséria! Só isso?


Bem se vê que o plim é só para atrair a arraia-miúda. Quem é que se incomoda com 500 euros? Para que servem? Para comprar alguma roupa? Para alguns gastos escolares? Para ir jantar fora e à discoteca com a(o) namorada (o)?

Senhora Ministra premiar os melhores, sim. Mas para estimular a plebe o montante é ridículo. 5000 euros já era outra coisa. O ministério punha uma parte e arranjava parcerias com mecenas que pusessem o resto. Cinco mil mocas já dava para pagar propinas numa faculdade e para mais qualquer coisita. Agora quinhentas moedas de euro nã servem pra nada.

04 agosto 2008

Cavaco vs. Açores


O que incomoda o senhor Presidente da República? Nervosamente dirigiu-se ao país numa linguagem de burocrata.

O povo seguiu-o atentamente. O país parou para ver que anúncio urgente tinha Cavaco Silva de fazer à nação.

E mal se percebeu que era uma questão de lana-caprina, imprópria para o horário nobre, o povo mudou de canal. A nação virou costas ao homem que já nos tirou da cauda da Europa (onde continuamos) e que fez campanha presidencial a prometer um futuro melhor (que afinal piorou tremendamente).

Agora ficámos a saber que do que disse ao país, o Tribunal Constitucional nada sabia. Terá Cavaco Silva sido atacado pelo bicho da estação (sealy season)?

A minúscula Leptotyphlops carlae


Descoberta em 2006, pelo biólogo Blair Hedges, a Leptotyphlops carlae é considerada a cobra mais pequena do mundo. Tem, em média, dez centímetros de comprimento, vive na ilha de Barbados (Caraíbas) e pode ficar extinta dentro de poucos meses.

Hedges deu-lhe o nome de Leptotyphlops carlae em homengaem à sua mulher, Carla Ann Hass, cientista especialista em répteis que estava com o marido na altura da descoberta.

Embora houvesse já espécimes recolhidos, não estavam correctamente classificados. O investigador acredita que esta espécie é endémica da ilha. Existem no Museu de História Natural de Londres três espécimes muito antigos que na altura foram identificados como sendo de outra espécie.

“As diferenças entre animais pequenos são muito mais subtis e por isso passam despercebidas”, explicou Blair Hedges. A identificação genética é a única forma de se distinguir as espécies. “A grande vantagem do ADN é que é tão diferente entre cobras pequenas como entre cobras grandes, permitindo-nos observar as diferenças que não veríamos a olho nu”, continua.

A espécie alimenta-se de térmitas e tem particularidades físicas graças ao seu tamanho. Ao contrário das cobras grandes que chegam a pôr 100 ovos de uma vez, a fêmea de Leptotyphlops carlae só põe um ovo enorme. Quando a cobra nasce tem cerca de metade do tamanho de um adulto, o que é uma proporção anormal, já que a maioria tem juvenis muito pequenos.

Segundo o biólogo é provável que este seja o limite físico para a cobra, não podendo tornar-se mais pequena. “Se uma cobra pequenina tivesse mais do que um filho, cada ovo teria que partilhar o mesmo espaço ocupado por um só ovo, por isso os dois juvenis teriam metade do tamanho normal”, explica Blair Hedges. E não haveria nada suficientemente pequeno para comerem. Por isso, a cobra da Barbados tem um tamanho mais pequeno possível.

03 agosto 2008

Portas e portadas: Forças, Armada


Herói da pátria, homem que só não anda todos os dias fardado (um dia para cada ramo das forças armadas) porque preza demasiado os seus fatinhos de andar pelas feiras, PP está sempre atento às F.A. Zela pelos interesses da corporação. Pena é que quando foi ministro da coisa tenha metido água. Mas isso, que interessa? Importa é dar nas vistas…