Pensar que o universo é como uma lengalenga, um crescendo em ritmo cada vez mais endiabrado dá vontade de rir.
Ou talvez não. Bem, o LCH (Large Hadron Collider) é um projecto faraónico que juntou milhares de cientistas do mundo durante 20 anos. Procura simular os primeiros milésimos de segundo do Universo, há cerca de 13,7 mil milhões de anos atrás, e é considerado a experiência científica do século.
Desde 1996, o CERN construiu, 100 metros debaixo da terra, perto de Genebra, na Suíça, um anel de 27 quilómetros, arrefecido durante dois anos para atingir 271,3 graus negativos. À volta deste anel estão instalados quatro grandes detectores, no interior dos quais vão produzir-se colisões de protões numa velocidade próxima da da luz. Em plena força, 600 milhões de colisões por segundo irão gerar uma floração de partículas tal como aconteceu no início do mundo, algumas das quais nunca puderam ser observadas. No entanto, só daqui a alguns meses, quando se comprovar a evolução do funcionamento, é que haverá colisões de partículas e estarão criadas as condições para o estudo de novos fenómenos, através da recriação das condições que se produziram instantes depois do Big Bang.
O objectivo final desta grande experiência é poder dar resposta a muitas perguntas sobre a origem do Universo, entender por que a matéria é muito mais abundante no Universo do que a anti-matéria, e chegar a descobertas que "mudarão profundamente a nossa visão do Universo", segundo o director do CERN, Robert Aymar. Uma das aspirações dos cientistas é encontrar o hipotético bosão de Higgs, uma partícula que nunca foi detectada com os aceleradores existentes, muito menos potentes que o LHC.
Para já, deliciem-se com a explicação do que é o LHC através de uma canção composta por uma das cientistas do projecto. O videoclip explica, em simples rimas, no que consite a experiência com o LHC e o que se pretende descobrir com ela.
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