16 setembro 2008

Maria Keil e as ofertas culturais


Maria Keil nasceu na cidade de Silves, em 1914. Ilustradora, ceramista e artista plástica, destacou-se no azulejo. Vários dos seus painéis podem (ou podiam) ser vistos nas estações de metro de Lisboa. Que decorara nas décadas de 50 e 60. Dezanove estações, ao todo.

A ela se deve a recuperação, em espaços públicos, do azulejo que muitos consideravam arte menor. Além do Metropolitano de Lisboa, deixou painéis na TAP de Paris e de Nova Iorque, na União Eléctrica Portuguesa, no Casino de Vilamoura, no Aeroporto de Luanda, entre outros espaços.

Pelos azulejos realizados para o Metropolitano nada recebeu. À boa maneira cultural fez aquilo de borla.

Recentemente, a Metro de Lisboa decidiu remodelar, modernizar, ampliar várias das estações mais antigas e não foram de modas, avançaram para as paredes e picaram-nas sem se dar ao trabalho de (antes) retirar os painéis de azulejos. À autora também nada disseram.

Ao contrário de arquitectos, engenheiros, escultores, pintores, ou quem quer que seja que veja uma obra pública sua alterada ou destruída sem o seu consentimento, Maria Keil não tem direito a qualquer indemnização. Pela simples razão de que não podem indemnizar a autora, já que ela não cobrou um tostão que fosse pela sua obra.

Quem quiser saber mais, dê um passeio até aqui.

Sem comentários: