Há palavras cujo valor simbólico é muito forte. Embora aquilo que designam seja extenso e, portanto, ambíguo. Livro e árvore são dois exemplos de palavras fortes. Diz-se livro e toda a gente dá uma cabeçada religiosa, como se livro fosse o nome de algum deus. Diz-se árvore e a cabeçada é do mesmo quilate.
A iniciativa de que agora tomamos conhecimento é simbolicamente poderosa: que ideia feliz, pensamos. Mesmo sem saber a que tipo de árvores nos referimos. Algumas há, como os eucaliptos, que são nocivas para os solos.
Ranhosos, chatos serão alguns dos adjectivos pouco abonatórios que nos atirarão. E nós só podemos dizer, parafraseando o mentor dos avantes: Olhem que não, olhem que não. A alegria é muita: plantar 100 milhões de árvores até 2030 é fantástico. E até 2050, quantas?
O melhor de tudo é a internacionalização da ideia: Chile, Espanha, Itália, Grécia e Moçambique. Fantástico!
Tudo ideia de um português que pretende plantar 400 milhões de árvores em todo o mundo. Daqui a 22 anos, teremos o mundo cheio de árvores plantadas segundo uma ideia portuguesa. Caso para o livro de recordes com nome de cerveja.
A notícia, de si tão apelativa, revela-se pouco esclarecedora. O plantio destina-se a quê? Árvores de abate? Pasta de papel? Faltam dados, meninas e meninos. Faltam dados.
Quanto ao nome, soa bem: "Floresta Unida". Parece um partido político que mistura interesses de centro-direita com centro-esquerda.
Bem, agora a sério, os números também são simbolicamente poderosos. Não seria melhor proporem 500 milhões até 2050? Estão a ver, 500 - 50? Ficava mais bonito, do que 400 -30. É apenas uma sugestão.
1 comentário:
Não sejamos pessimista, sugiro que Vossa Ex.ª faça como eu fiz, antes de falar pergunte o que a organização Floresta Unida pretende fazer.
Eu escrevi para um dos contactos que lá estavam e fiquei muito feliz com o objectivos.
Escreva que eles vão responder de certeza.
Com certeza que se fosse mau não haveria tantos a apoiar.
Andreia Catarina
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