Aos poucos, acontecimentos mais ou menos recentes da História de Portugal são ficcionados e transformados em filme. Não temos a indústria cinematográfica de países como o Reino Unido ou os EUA, pródigos em reflectir esteticamente sobre o quotidiano e a História, mas a pouco e pouco vamos produzindo algum material.
O mais recente é o "Assalto ao Santa Maria", um projecto conjunto de portugueses e galegos, realizado por Francisco Manso. O fime retrata a tomada do paquete Santa Maria por um grupo de revolucionários portugueses e galegos, em 1961, para denunciar os regimes de Salazar e Franco.
As filmagens de "Assalto ao Santa Maria" decorreram entre Cacilhas, Montijo, Barreiro, Lisboa e Viana do Castelo, mas tiveram como principal cenário o interior do navio-hospital Gil Eannes. A embarcação, recorde-se, deu apoio à frota portuguesa de pesca do bacalhau (nos anos 50 e 60), saiu de serviço em meados dos anos 70 e é agora um navio-museu acostado em Viana do Castelo.
A produção é de José Mazeda e a realização de Francisco Manso, que se basearam naquele episódio histórico para apresentar uma história fictícia que suporta o relato histórico dum jovem emigrante português que, em 1960, passa por um período difícil na Venezuela. O acaso coloca no seu caminho o capitão Henrique Galvão, um dos mais proeminentes opositores do regime do ditador Salazar. Fascinado por Galvão, Zé junta-se a um grupo de exilados políticos portugueses e galegos quando estes, sob o comando do militar português, preparam a mais sensacional acção de protesto jamais levada a cabo: o assalto e ocupação do luxuoso e então ultramoderno paquete "Santa Maria", jóia da coroa da marinha mercante nacional, então no seu período de máxima pujança.
O assalto, que começou a 21 de Janeiro de 1961, no porto venezuelano de La Guaira, leva Henrique Galvão e os seus homens a navegar pelo Atlântico Sul durante onze dias inesquecíveis. A acção do filme desenrola-se neste período, durante o qual, perseguidos pela esquadra norte-americana e escrutinados pela imprensa internacional, os assaltantes do "Santa Maria" enfrentaram tensões internas, tentativas de sabotagem e o descontentamento dos passageiros, enquanto tentavam passar ao mundo uma mensagem de liberdade e esperança contra as ditaduras da Península Ibérica.
O filme, que conta com um orçamento de um milhão de euros, tem o apoio, entre outros, do Instituto do Cinema e do Audiovisual, do Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual, da RTP, da Televisão da Galiza e da autarquia vianense.
O filme, que conta com um orçamento de um milhão de euros, tem o apoio, entre outros, do Instituto do Cinema e do Audiovisual, do Fundo de Investimento para o Cinema e Audiovisual, da RTP, da Televisão da Galiza e da autarquia vianense.
Fonte: JN e SIC
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