Peço desculpa. Vejo pouca TV. Uma ou outra série e pedaços de telejornais. O resto entedia-me. Ou seja, estou muito longe de ser um bom português. Tenho pena. Gostava de ser um português exemplar.
Soube há pouco que «milhões de milhões de portugueses assistiram à estreia de um programa televisivo que, basicamente, confronta as verdades íntimas de um qualquer sujeito com as verdades sociais.»
O tal programa parece despertar a gula nacional. Diz um sociológo "Vivemos numa sociedade que promove a superficialidade, a preocupação excessiva em aparecer, a necessidade de se ser alguém. E é muito fácil montar uma teia como esta para pessoas com uma certa vacuidade interna."
Fala um psicólogo: "A Psicologia explica isso com uma coisa que se denomina processo vicariante, isto é, o sujeito resolve através dos outros as suas próprias angústias psicológicas". Por palavras mais simples, o ser humano não quer estar sozinho na desgraça e gosta de ver o Outro passar ridículos maiores do que os seus, até porque "um dos traços mais característicos dos humanos é a sua atracção pelo ridículo, pelo disparate".
Diz o sociólogo: "É o mesmo mecanismo que faz as pessoas pararem nas estradas para verem o acidente dos outros".
Em resumo: o canal que tem o tal programa no ar faz dinheiro (e muito dinheiro) à custa dos tansos que vão lá por meia dúzia de euros. São tão tontos que nem sabem pedir couro e cabelo à produção. Sim, sim, eu digo que sou um escroque mas quero a Impresa em meu nome. Algo desse género.
Cada segundo de publicidade é ouro a correr para os cofres de Balsemão, Francisco Pinto. Um homem que já foi primeiro-ministro de Portugal.
O nosso país é mucho west, mucho macho, mucho lindo. I love Portugal. E só tenho pena de não ser um português digno desse nome. Que faço? Emigro? Mato-me? Que tal abrir um leilão?
Sem comentários:
Enviar um comentário