Fala David Justino: "um rumo que possa unir as pessoas no sentido de tornar a educação uma educação de excelência".
Muito gostam os políticos da palavra «excelência». É vossa excelência para aqui e vossa excelência para ali e depois confundem os patamares e já não conseguem olhar para o cocó, mas apenas para os céus sem nuvens e com palmeiras ao fundo.
A excelência de que falam tantos políticos tem para mim o cheiro do kitsch. É, como diriam os espanhóis, cursi.
Porque só quem não esteve directamente ligado à educação pode falar em excelência. Senão vejamos: um aluno oriundo de meio social desfavorecido, família de baixos recursos e baixa formação escolar entende a escola de uma maneira. Se tiver algum problema de natureza psicológica (como muitos têm) é necessário trabalhar com ele de uma maneira muito distinta do aluno que provém de uma família da classe média, com um nível de escolaridade alto. Porque se esse aluno tiver problemas de índole psicológica os pais serão sempre parte da solução e não partde do problema.
Poderíamos falar também das regiões do país, das localidades e de tantas outras variantes. Mas, reparem, Justino fala de excelência. E nós, que sabemos que ele foi ministro, lemos ali ressentimento, mágoa, pequena vingança. Isto para não referirmos a pobreza retórica afim da de alguém sem formação.
O momento em que vem a terreno dizer aqui d'el-rei não foi o melhor. E o modo como se tenta deitar água na fervura é confundir álcool com H2O.
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