Por enquanto é cedo, tanto mais que todos os governos têm medo. Gastam-se fortunas em propaganda e o dinheiro não é elástico. Por isso, corta-se onde dói menos: na educação. Porque a gente bem pode pagar colégios e ter o que os outros não têm nem nunca terão.
Escola grátis é escola sem dinheiro. Soa bem encher a boca com integrar, incluir e outros verbos politicamente correctos, mas pagar o que isso custa é que ninguém gosta. Gastam-se fortunas com a inclusão e todo o ensino está a orientar-se para a mediocridade: vale mais um aluno problemático do que cinco bons. Ao aluno problemático dá-se tudo: leis, material, tolerância para lá dos limites do razoável, dinheiro. Os resultados são o que são. Mas qualquer governante gosta de mostrar essa consciência social. O problema é que a pouco e pouco a degradação da escola pública é maior, pois os alunos rapidamente percebem que são reis e senhores de um sistema que, na verdade, se está nas tintas para eles.
Passou-se, em três ou quatro lustros, do oito para o oitenta. Em nome da democracia, dos direitos, da igualdade. Mas e os deveres, a responsabilidade, o esforço?
Integrar sai muito caro e o povo de um país tem de saber quanto custa e decidir se quer ou não que isso seja assim. Os governos não podem, a pretexto dos ares do momento, cortar para "poupar", quando logo a seguir gastam muito mais em propaganda ou a salvar bancos.
Se o Estado quer que a escola seja um imenso parque de entretenimento tem de abrir os cordões à bolsa e pagar aos que vão entreter. Se o Estado quer que os alunos aprendam, conheçam, saibam, tem de se deixar de tangas e dar o nome aos bois.
De resto, onde é que está provado que o homem nasce bom e é o meio que o estraga?
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