Diz Pedro Lomba na sua crónica do DN: «Só podemos fazer coisas se soubermos primeiro aquilo que existe. Nem sempre sabemos porque obter informação implica custos e é um processo naturalmente desigual. O nosso "conhecimento" depende dos meios que frequentamos, das pessoas que conhecemos ou do que lemos. Além disso, a responsabilidade pessoal não é a virtude mais bem distribuída do mundo, porque supõe uma vontade de fazer escolhas próprias e correr riscos por isso. A sociedade portuguesa já é hostil à concorrência. O espaço é pequeno, os recursos escassos e toda a gente vive no pânico de perder o que já tem. Essa é uma constatação generalizável a quase tudo, até mesmo a "benefícios" que o "sistema" proporciona sem qualquer espécie de justificação. As pessoas que sabiam que a Câmara de Lisboa distribuía casas de graça estavam em óbvia vantagem sobre quaisquer outros potenciais "interessados" e assim se queriam manter.
O mundo de hoje é aberto e o que não existe "cá dentro" pode-se sempre tentar descobrir "lá fora". Os portugueses precisam de interiorizar toda uma nova cultura "internacionalizada" que lhes permita usar tudo o que para aí há de oportunidades e que nem sempre conhecem. O Estado tem aqui uma função imprescindível: garantir por todos os meios que a informação está disponível para todos. A isto chama-se educar para a independência.»
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