Vamos imaginar um lagarto (Anolis carolinensis) com melena ou um galo (Gallus gallus) com bigodes. Parece algo absurdo, não é? No entanto, um e outro dispõem da estrutura genética necessária para formar a estrutura de proteínas que origina o pêlo.
A descoberta é mais ou menos recente, pois até há pouco julgava-se que apenas os mamíferos possuíam as queratinas necessárias à formação de pêlo.
As queratinas são proteínas fibrosas que fornecem protecção à camada externa da pele, pêlos e unhas (preservam a temperatura do corpo e protegem-no). A queratina representa cerca de 90% da constituição dos fios de cabelo e forma-se a partir de aminoácidos, entre eles a tirosina (responsável por atrair e reter pigmentos) e a cistina(que liga as estruturas que dão forma ao fio). É uma proteína insolúvel, principal constituinte da epiderme, unhas, pêlos, tecidos córneos e esmalte dos dentes. Pode ser obtida nos chifres, cascos, penas e pêlo de vários animais. Por exemplo, do ser humano, que dispõe de 54 genes que permitem a formação das queratinas do pêlo.
Ora investigadores da Universidade Médica de Viena e das universidades italianas de Pádua e Bolonha encontraram esse tipo de proteínas e os genes que contêm a informação para as fabricar tanto em répteis como nas aves.
Há já 330 milhões de anos havia proteínas do pêlo no antepassado comum a mamíferos, répteis e aves. Os dinossauros tinham queratinas duras, que deviam usar para a formação das garras. As queratinas duras apareceram precisamente para isso, formar garras, escamas, unhas e só mais tarde, durante a evolução, deram origem ao pêlo.
Fonte: El Mundo
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