A escola o que é? Quem a estruturou do modo que está estruturada e porquê? Que se pretende com ela hoje, agora?
Perguntas simples que exigem respostas complexas, senão mesmo diversas teses de doutoramento. Porque a escola leva já alguns anos de existência e sofreu, nesse arco de tempo, várias transformações.
Se a escola reflecte a sociedade que temos, talvez não lhe esteja a corresponder como devia. Para alcançar resultados são frequentes as medidas avulso, o que não só não resolve nada como cria bastantes mais problemas.
Depois de mais de 120 mil professores terem vindo para a rua, a classe política deveria ter acordado para o problema e deveria começar a criar gabinetes de trabalho que reflectissem sobre aquelas questões, chamando à liça professores dos vários níveis de ensino.
A escola como está é foco de muito aborrecimento para todos: alunos, pais, professores, auxiliares.
O problema não é apenas português. Em Espanha dizem que a escola fracassa porque está obsoleta. Em França, na Inglaterra, na Itália, noutros países a sensação é a de que a escola pública tem cada vez mais dificuldade em educar e se limita a ocupar tempo, enquanto se agrava o fosso entre ricos e pobres. Por cá, diz-se que está a perder qualidade.
O país tem de pensar o que quer. Tem de tomar posição. Tem de debater políticas e escolhê-las (votá-las). Para isso é necessário repensar tudo: programas, anos de estudo, turmas, salas de aula, edifícios, formação de professores e de outros técnicos. Depois desse debate é preciso fazer escolhas, definir metas claras e ver como vão ser alcançadas. Avaliar todo o processo, sem fantasmas, sem complexos, sem encenações e ver se se está no caminho certo ou não.
A continuar assim, com a fúria ministerial a querer muito A só porque A é a melhor maneira de poupar dinheiro, não se vai longe. E hipoteca-se o futuro de muitos milhares de alunos que tiveram o azar de nascer há pouco tempo e são obrigados a estar na escola agora.
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