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As pessoas não se importam. E o propósito é sempre bom: segurança.
Nenhuma câmara evita um assalto, uma morte, mas as pessoas acreditam que assim estão mais seguras. E quando a crença é forte, quem colhe imagens está confortável.
O pior... o pior é pensar no que diz o sociólogo Albertino Gonçalves: “As câmaras, os chips e as incursões nas bases de dados atrofiam a nossa margem de liberdade. Nada garante que estas informações não possam vir a ser utilizadas algum dia, por alguém, contra os nossos interesses e a nossa privacidade”.
“Há o risco, no meio do caminho [do processamento dos dados], de haver um conjunto de pessoas ligadas aos serviços públicos e a entidades interessadas no crime e na chantagem que possam vender esses elementos, como já aconteceu noutros países. É uma situação muito perigosa”.
Se isso acontecer e se aos poucos limitar a liberdade dos indivíduos quem saberá? E se isso, como nos filmes, começar a constranger a própria acção da democracia?
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