Sócrates decalca Zapatero em muita coisa, mas não tem a mesma serenidade do congénere espanhol. E abusa da demagogia. A Boa Esperança de uma segunda maioria está a ser milimetricamente preparada. Mas é disso que o país precisa?
Num seminário promovido pelo Diário Económico, subordinado ao tema "Como crescer em tempo de crise", Sócrates debitou banalidades: "É preciso estar com a mente aberta para responder aos problemas e não para responder às necessidades da nossa ideologia. Precisamos de ter mente aberta e não ficarmos reféns da ideologia ou das respostas clássicas, porque problemas novos exigem respostas novas".
"Exige-se rapidez na acção. Provavelmente ninguém aqui estará interessado em saber o que acontecerá daqui a dois anos. E a verdade é que há boas razões para essa atitude, porque o Cabo das Tormentas, o momento mais difícil, vai ser justamente 2009".
Fala como um aluno mediano. Actua como um menino mimado. Não parece estar à altura de enfrentar crise nenhuma, porque cheira que não tem uma ideia que seja.
Em época de crise exige-se a capacidade de escolha de um modelo económico que trave as despesas inúteis e cuide das pessoas (pois são elas que fazem com que haja economia). A tanga de que os empresários são o motor é velha. Mas ou o motor está estragado ou há muito que não se vê nada que valha a pena ver. A maior parte das empresas funciona em velhos moldes: paga pouco e mal para o patrão poder ter popós, casas e meninas.
A gente vai às lojas e vê: a maior parte do que se produz por cá não tem qualidade (design, novidade, bom acabamento) e se tem é excessivamente cara para o bolso do português "médio" que ganha pouco (porque lhe pagam pouco).
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