Diz a senhora Fernanda Câncio que ao ler o que lhe escreveram os professores fica «com a sensação de que os que as escreveram e os que nelas se revêem se acham incrivelmente sacrificados e maltratados, e se encaram como missionários sem par no mundo do trabalho. Esta trapalhada, que não chega a ser um argumento, é o caldo de cultura do conflito que opõe a classe (se se pode falar de uma oposição da classe) ao ministério. Um caldo que ignora factos como o de que a comparação entre o tempo total de trabalho, o ratio professor/aluno e o nível salarial dos professores portugueses com os seus congéneres europeus (e não só) é, de acordo com um recente relatório da OCDE sobre educação (Setembro de 2008), muito favorável.»
Os dados da OCDE não são assim genéricos, embora sejam médias. Portugal aparece no último terço da tabela e não no princípio, como a senhora Câncio sugere. Apenas os professores do 1.º ciclo em topo de carreira (16% do total de professores) auferem um salário acima da média da OCDE, já que para os de outros níveis de ensino a coisa muda: aí estão dentro da média. Já durante a progressão estão abaixo da média e são os que demoram mais tempo a chegar ao topo.
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