28 março 2009

A vida e o preservativo


O mundo é um lugar divertido. S. S. o papa Bento XVI, um dos apóstolos da linha dura da Igreja, chegou à terra das pessoas escuras e disse que preservativo não. Disse-o por razões que estão para lá da razão, pois convém não esquecer que o papa representa Deus na Terra. E Deus lá terá as suas razões para ter inventado a sida.
Felizmente, há bispos portugueses que são mais lúcidos. Até porque são apenas bispos e a um bispo desculpa-se facilmente a heterodoxia.
E nós, simples mortais, divertimo-nos a comentar a diferença de pontos de vista dentro da Igreja, deixando de fora as questões que mais preocupam a hierarquia: a perda de fiéis.
Uma religião que surgiu como contra-poder e que a pouco e pouco se espalhou pela Europa e pelo mundo como poder chega ao século XXI ameaçada pela indiferença.
A vanguarda dos pontos de vista unificadores que simbolizou esfarelaram-se, restando-lhe o mesmo barro de sempre, que parece incapaz de enfrentar, por receio de perder o pouco poder que ainda detém. Embora haja vozes que venham, pelo lado da fé, defender a vida, valor certamente mais relevante do que o uso de contraceptivos.
A nós, portugueses, enche-nos de orgulho que um bispo, D. Ilídio Leandro, defenda que os portadores do vírus da sida devem usar preservativo durante as relações sexuais, porque são “moralmente obrigadas a não transmitir a doença” e que o faça sabendo que "a sua posição é sustentada pela doutrina da Igreja Católica”.

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