Jorge Nicholson Moore Barradas, o “Barradinhas” como era conhecido pelos amigos, nasceu em Lisboa em 1894. Morreu em 1971. Foi um artista gráfico de primeira linha.
Na primeira exposição do Grupo dos Humoristas Portugueses em 1912, Barradas estreia-se com oito desenhos. Tinha então 17 anos e era o mais novo de todos.Participa em diversas publicações como as revistas ABC e Ilustração, entre muitas outras. Chega mesmo a tomar a iniciativa de fundar o seu próprio jornal humorístico, em colaboração com o escritor Henrique Roldão. A 15 de Agosto de 1919 saía o primeiro número de O Riso da Vitória, que acabaria alguns meses depois. Foi também director artístico do ABC a Rir, cedendo depois o seu lugar a Stuart de Carvalhais.
A maioria das histórias de Barradas tem sempre os mesmos protagonistas, que são os tipos alfacinhas: o mendigo, o bêbedo, o novo-rico, os jovens ardinas, as costureiras, etc. O corpo feminino era o elemento mais representado. A intenção de Barradas era fixar tipos existentes da mulher lisboeta. Eram três os mais comuns: a burguesinha, a mulher popular e a funcionária do Bristol. Os rostos permitem-lhe dar a expressão desejada. Intitula-os muitas vezes como Máscaras, com algum expressionismo. As suas capas da revista ABC revelam o paradigma feminino da modernidade desejado pelas mulheres da sociedade portuguesa dos anos 20, que se esforçavam por se manter ao corrente das modas e dos padrões europeus.
Em 1930, toma a iniciativa de relançar a sua estratégia iconográfica às províncias ultramarinas e de fazer todo o circuito africano, para colher elementos, traçar costumes, registar tipos, algo que havia feito na sua anterior viagem ao Brasil.
Dedicou-se também à cerâmica.
Fonte: Carla Mendes
Sem comentários:
Enviar um comentário