A agricultura portuguesa há muito se evaporou, a troco de subsídios da Comunidade Europeia que, sabendo da inércia histórica dos tugas, não hesitou em dar uns dinheiritos para sossegar a gula dos ditos agricultores.
Uma editora que se chamasse Campo, sem nenhum autor sonante, mas abundante em títulos publicados, presa a ideários um tanto ou quanto datados e sem uma linha editorial clara, só poderia mesmo ter o destino da Campo das Letras: a falência.
Quem edita lixo e faz da edição de lixo um modo de vida, ganha dinheiro, mas pratica a política da terra queimada: destrói a fonte de onde provêm os seus lucros. Grupos como o Leya, que parecem por ora tão apelativos aos patos bravos da literatura tuga, têm mais uns anos de autores "consagrados", mas assim que eles baterem a bota, que fica?
Nos jornais, o espaço dos livros é residual. O número de leitores (e não de consumidores de material impresso) é demasiado pequeno para alimentar manias e taras lusas. A escola continua a afastar os alunos dos livros e os planos nacionais de leitura revelam-se inúteis, pois enquanto o Estado continuar a querer que a escola produza analfabetos que sabem assinar ou rubricar o seu nome não iremos longe.
Semear está na moda, mas só produtos ecológicos (usando bosta de plástico e compostagens que têm a sua graça para entreter meia dúzia de lunáticos).
O livro enquanto objecto de cultura continua acessível apenas a uma elite. A democracia em arte é muito gira, mas só em países que não tiveram de aturar salazares. Nós saímos do analfabetismo puro e duro para o analfabetismo do baby boom e, pelos vistos, segundo a socrática socialista sapiência, devemos ficar muito contentes por haver magalhães com erros, mas muito portugueses.
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