A Autoridade marítima, nos Açores, foi ignorada pelo governo. Associações ecológicas mantidas à margem. Não há decisão do conselho do governo. Desconhece-se parecer do Laboratório Regional de Engenharia Civil e não há estudo de impacto ambiental.
À primeira vista, choca a relação custo/benefício da obra. Custos não só de investimento como em termos de impacto ambiental para a população que passa o verão na Fajã. Quem ganha, na realidade, com o facto de os terrenos irem triplicar de preço?
O secretário regional do Ambiente e do Mar, Álamo Meneses, assegurou no Parlamento açoriano que as obras na falésia da Fajã do Calhau, na ilha de S. Miguel, “não trouxeram nada de mal ao mundo em termos ambientais”.
Diz Meneses: a obra tem um dono, que é o governo regional e o que se pretende é tão-somente, a “construção de um acesso, com segurança, a um espaço que é utilizado pelo homem desde o povoamento da ilha”.
De resto, como todos sabemos o governo anda a nadar em dinheiro e mais obra menos obra é coisa que não preocupa ninguém. Curiosamente, este mesmo senhor gastou milhões numa escola na Terceira onde faltam funcionários, onde há problemas de gigantismo e de falta de espaço - tudo, claro, com o dinheiro dos contribuintes. Aquilo que se está a passar na Fajã do Calhau é mais uma obra à Meneses: atirar areia para os olhos dos açorianos.
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