Diz Vasco Pulido Valente do púlpito: «Sabem os peritos o que é a crise? Depois de milhares de explicações parece que não. Os mais fracos confessam. Um ou outro admite que ninguém sabe verdadeiramente o que se passa.» (...)
«A crise acabou por se tornar a salvação dos políticos falhados. Correndo gravemente de Paris para Bruxelas, de Bruxelas para Londres ou de Londres para Washington, falam e voltam a falar e a plebe, apavorada, que sempre os detestou, acredita neles.
Pior do que isso, a gente do poder e a que mandou na economia e nas finanças durante 30 anos pede "confiança". É preciso "confiança"; a "confiança" é essencial; a "confiança" é, garantidamente, a redenção. Mas "confiança" em quê e em quem? Não com certeza num sistema que se derreteu e numa ordem global insustentável e absurda. Não num sistema "regulamentado", na essência, por quem dirigiu este. E em quem? Nas virtudes de entidades como o "povo", a nação - e o contribuinte? Também não. A "confiança" que se pede é precisamente entre os mesmos beneméritos da política e das finanças, que organizarem e provocaram o desastre. Para os "negócios" recomeçarem, tranquilamente, como dantes.»
Sem comentários:
Enviar um comentário