Nós e Carlos César devemos viver em arquipélagos diferentes. Aquilo que a ele o deixa muito feliz, a nós inquieta-nos. Olhamos à nossa volta e vemos o quê?
A região mudou muito nestes últimos anos? Mudou alguma coisa. Parte por acção do governo? Sim, se pensarmos em S. Miguel. De resto, cimento não é sinal de nada. Ou é sinal de bom negócio para poucos. Tal como o alcatrão (porque se gasta tanto com pisos que ao fim de dois mandatos estão desfeitos?)
Se há imensa gente a depender do rendimento social de inserção (ex-rendimento mínimo) é porque a região continua a não criar emprego, é porque o tecido empresarial é reduzido. Já o funcionalismo público e a subsídio-dependência continuam prósperos.
Ao nível do turismo, o governo tem enterrado fortunas a pensar não nos Açores mas em S. Miguel. O preço das passagens aéreas permanece exagerado e se já foi bandeira do PS (há 12 anos), agora ninguém toca no assunto.
Números e estatísticas há-as para todos os gostos. Dizer que foram criadas mais empresas é dizer o quê? Que apesar de tudo há algum dinamismo na sociedade açoriana. Mas os grandes problemas mantêm-se: custos de transportes; pouca atractividade dos mercados regionais; excessiva dependência dos dinheiros públicos.
Quanto a salários, recordemo-nos de que ainda há não muito os Açores estavam entre as regiões com mais baixo poder de compra do país. Porque será?
Se, como diz César, houvesse mais emprego isso já teria mudado, ou não? Será que ele se esquece do número de pessoas que todos os anos têm de abandonar as ilhas porque não têm trabalho?
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