O livro "A Corrupção e os Portugueses. Atitudes, práticas e valores", de Luís de Sousa e João Triães, editado pelas RCP Edições, mostra alguns dados interessantes. Por exemplo, o de que os portugueses toleram bem o tráfico de influências e vêem nele a única forma de ultrapassar um Estado lento e desatento aos seus direitos e necessidades.
Nas zonas onde existe um maior grau de iliteracia (interior ou grandes zonas suburbanas), a tolerância à corrupção é maior, mas de um modo geral, este trabalho revela (ou confirma) que Portugal é um país propenso a um tipo de corrupção que não assenta necessariamente no suborno e na troca directa dinheiro/decisões, mas que é construída socialmente ao longo do tempo, através da troca de favores, de simpatia, de prendas e hospitalidade.
Se a maioria dos portugueses garante que denunciaria crimes de corrupção, "na realidade, os portugueses recolhem-se ao silêncio e à indiferença". As queixas de cidadãos junto das autoridades são praticamente nulas.
Fonte: JN
Sem comentários:
Enviar um comentário