João Caraça é o director do Serviço de Ciência da Gulbenkian. E diz: «A primeira revolução industrial foi baseada na mecanização hidráulica. A segunda, na mecanização pelo vapor, por volta de 1830. A terceira grande transformação foi a introdução da electricidade e com todos os meios que acompanharam o processo, como o telefone. A quarta, a partir dos anos 30 do século XX, foi baseada no petróleo barato, com a produção em massa, o correio aéreo, etc., e que durou até às crises do petróleo. Aqui apareceu um meio de comunicação, também baseado no petróleo, a Internet, que está a funcionar em pleno, e o transporte aéreo a jacto. Este é o sistema nervoso da economia globalizada.
O que é interessante acerca deste último período é que, pela primeira vez, as tecnologias de suporte são de base científica. Foram desenvolvidas a partir da ciência básica e não a partir do processo normal de criação tecnológica. Criaram-se sectores "high tech", surgiram poderosas multinacionais que deram maior valor acrescentado no sector transformador, e os produtos deste sector, por sua vez, criaram novos serviços.
É evidente que se vai começar a notar, de forma progressiva, ineficiências, o que não quer dizer que não haja sectores que continuem a prosperar e que não haja inovação. Ao aproximarmo-nos de 2020 e 2030 vamos ter uma nova onda de tecnologias de base que vai suportar a nova economia. »
in suplemento Economia do Público
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