22 janeiro 2009

Ler ou não ler


Há quem defenda o direito de não ler e há até quem advogue o analfabetismo. Opiniões há-as para todos os gostos.
Outros, mais conformes ao tempo, defendem que se deve ler tudo. Anúncios, legendas, jornais e até receitas de culinária, mas principalmente literatura. E para quê? Para ampliar as capacidades do cérebro, aprender a pensar, a ver com o olhar dos outros e a recriar emoções ou sentimentos. A leitura torna o mundo mais inteligível e as pessoas mais inteligentes. Além disso, está vinculada directamente à educação e à cultura e também ao desenvolvimento social e económico sustentado de qualquer país.
Ponto de vista veiculado por quem preparou o congresso internacional sobre promoção da leitura, a decorrer na Gulbenkian, em Lisboa.

Peter Hunt, professor da Universidade de Cardiff (Reino Unido), especialista em Literatura para a Infância e o primeiro orador no congresso, diz que se quisermos formar leitores que consigam compreender uma linguagem complexa, para que a sua vida seja também mais complexa e interessante, então, provavelmente, estes leitores precisarão de ler ficção, romances - livros.

Já a espanhola Teresa Colomer, acredita que a leitura é uma operação que amplia as capacidades do nosso cérebro. Permite-nos recriar experiências perceptivas, diferentes perspectivas intelectuais e emotivas e dar sentido às situações. Permite-nos dominar as possibilidades da linguagem e essa é a matéria-prima do nosso pensamento. O mundo torna-se mais inteligível (e por conseguinte torna-nos mais inteligentes). É uma forma de desfrutar melhor o nosso tempo de vida.

E há mais, claro. Alguns sonham com criar públicos para a literatura (vá lá saber-se porquê), outros acham que se deve ler porque sim (os argumentos, quiçá da ordem do puético, devem guardá-los para os trabalhos do congresso).
A leitura é assim, dá pano para mangas. Talvez surja um criador que com tanta manga faça um fato completo e um sobretudo.

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