Os bancos são generosos. Podem arranjar milhões para socorrer um filho ou um camarada, podem pagar lautos salários e outras mordomias aos chefões, mas não perdoam pequenas dívidas, pois aprenderam que grão a grão enche a galinha o papo. E são os grãos que lhes dão margem para outros voos.
Os bancos podem gastar uns milhares a prometer benesses aos clientes, tudo para garantirem que ali vai parar o salário de mais um... consumidor, de mais uma vítima. Quando, por alguma razão, as pessoas ficam com um saldo negativo nas suas contas bancárias (descoberto bancário), os bancos cobram multas, além das altas taxas de juro com que sobrecarregam o... empréstimo. A agiotagem faz-se assim às claras.
Os bancos adoram os pequenos aforradores, os trabalhadores por conta de outrem, os pequenos proprietários. Adoram emprestar para fazer render o seu pecúnio.
E o que é mais engraçado é que os chefes, grandes ou pequenos, andam por aí de papo inchado, pavoneando-se felizes, porque os pobres coitados dependem das instituições bancárias para tudo: para receber o salário; para o cartão multibanco, para pagarem as despesas correntes. Ou seja, para quase tudo.
Aos pobres coitados sabe-lhes bem ver que há quem tente defender os seus parcos haveres, mesmo que saibam, de intuição e por educação, que os bancos encontrarão novas maneiras de meter a mão nos seus bolsos.
A medida que agora vem à praça pública é curiosa, não acham. O pessoal fica sem chavo e o banco ainda cobra uma taxa, além dos juros. Obrigado, bancos, muito obrigado, como sois generosos.
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