Portugal tem um dom: a qualidade exemplar dos nossos economistas. Abrem a boca e saem pérolas e diamantes. Por exemplo, coisas deste quilate: "enquanto sociedade não há limites para o sacrifício" afirmou Vítor Bento.
Como se começa a explicar de mansinho, qualquer aumento do IVA tem sempre um efeito mais agressivo na factura para os rendimentos mais baixos, porque estas pessoas têm pouca margem para poupar e reduzir o consumo.
Ora, entre subidas de impostos e cortes na despesa pública, as famílias portuguesas vão suportar cerca de três quartos da poupança recorde no défice orçamental no próximo ano.
Depois, não deixa de ser curioso verificar que o tal consumo exagerado dos portugueses é puro engodo. A distribuição da receita arrecadada com o IRS mostra a concentração enorme que existe sobre a classe média e média alta, fruto da progressividade grande das taxas: quem declara acima de 40 mil euros anuais brutos representa 9% do número de declarações de IRS, mas 74% da receita total arrecadada.
Será por isso que até o Presidente da República veio a terreiro apontar falhas na "equidade fiscal" do Orçamento de Estado para 2012 ao taxar um "grupo específico", ou seja, a redução dos subsídios da função pública e dos pensionistas?
Aos iluminados da nossa economia (que andaram estes anos todos a dormir de olhos abertos) ficava-lhes bem serem pedagógicos e dizerem como pode a economia crescer; o que é preciso para produzir mais; onde estão as gorduras que o Estado tem de cortar. Porque para generalidades não é preciso ser-se doutorado.
Como se começa a explicar de mansinho, qualquer aumento do IVA tem sempre um efeito mais agressivo na factura para os rendimentos mais baixos, porque estas pessoas têm pouca margem para poupar e reduzir o consumo.
Ora, entre subidas de impostos e cortes na despesa pública, as famílias portuguesas vão suportar cerca de três quartos da poupança recorde no défice orçamental no próximo ano.
Depois, não deixa de ser curioso verificar que o tal consumo exagerado dos portugueses é puro engodo. A distribuição da receita arrecadada com o IRS mostra a concentração enorme que existe sobre a classe média e média alta, fruto da progressividade grande das taxas: quem declara acima de 40 mil euros anuais brutos representa 9% do número de declarações de IRS, mas 74% da receita total arrecadada.
Será por isso que até o Presidente da República veio a terreiro apontar falhas na "equidade fiscal" do Orçamento de Estado para 2012 ao taxar um "grupo específico", ou seja, a redução dos subsídios da função pública e dos pensionistas?
Aos iluminados da nossa economia (que andaram estes anos todos a dormir de olhos abertos) ficava-lhes bem serem pedagógicos e dizerem como pode a economia crescer; o que é preciso para produzir mais; onde estão as gorduras que o Estado tem de cortar. Porque para generalidades não é preciso ser-se doutorado.
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