14 outubro 2011

Era uma vez

Era uma vez um homem que foi ao médico porque lhe doía um joelho. O médico disse-lhe que aquilo precisava de ser operado se ele quisesse manter a qualidade de vida. O homem reflectiu e achou por bem submeter-se à operação.
A operação correu muito bem. O médico ganhou os seus honorários. O centro hospitalar foi principescamente pago pela cama, pela anestesia, pelos pensos e o mais. O homem acordou sem as duas pernas. Perdeu o emprego. Passou a receber uma reforma miserável, pois ainda era novo e assim eram as regras.
Quanto à qualidade de vida...
Pois assim estamos nós em Portugal. De promessa em promessa, de medida em medida, o país afunda-se, as pessoas vêem-se esvaziadas do pouco que auferiam e os analistas insistem na comparação com a Grécia: Portugal não vai resolver a crise com as medidas tomadas, pois as medidas são já parte significativa do problema.
O governo, numa atitude de bom aluno, quer impressionar os mestres, quer mostrar que vai mais longe, mas está apenas a amputar os seus próprios membros. E não dá nenhum sinal claro de ter solução para o problema, ou seja, não se vê como vai aumentar a produtividade, criar emprego, aumentar as receitas.
Passos Coelho quer fazer passar a ideia de que sofre muito por ter de tomar medidas tão duras, mas daqui a a dias está a anunciar mais cortes. Os portugueses não acreditam que o torniquete fique por aqui.

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