«O primeiro-ministro anunciou aquilo que, quando foi a votos, sempre tinha dito que não faria: eliminação dos subsídios de férias e Natal dos servidores públicos e dos pensionistas, em 2012 e 2013; eliminação das progressões de carreira dos servidores públicos; aumento de meia hora de trabalho diário para os trabalhadores do privado; fim das deduções em matéria de saúde e educação, para os dois escalões superiores do IRS, reduções substanciais para os outros; aumentos vários de impostos, sobretudo IRS e IVA: poupando em regra o capital; cortes a triplicar, face ao previsto no acordo com a troika, na saúde e educação (públicas).
Estas medidas, que em regra não constam do acordo, foram alegadamente ditadas pela má gestão das contas no primeiro semestre. Na verdade, representam um monumental embuste face ao que o PSD sempre defendeu no passado ano e meio. A justificação radica também num embuste: sabe-se que a derrapagem resulta, primeiro, de uma fraca captação fiscal, fruto da recessão; segundo, das consequências da irresponsabilidade fiscal reiterada na Madeira (e que o PSD voltou a cobrir ao não especificar o plano de ajustamento antes das eleições, e ao não definir quem pagaria a factura: sabemos agora que serão os servidores públicos do Continente e os pensionistas); terceiro, do ruinoso processo de privatização do BPN (um tenebroso caso de polícia conduzido por figuras gradas do cavaquismo) que o PSD conduziu recentemente: os privados compraram o BPN a preço de saldo, mas os contribuintes portugueses pagam primeiro (e mais uma vez) todas as dívidas.»
André Freire, Público
Estas medidas, que em regra não constam do acordo, foram alegadamente ditadas pela má gestão das contas no primeiro semestre. Na verdade, representam um monumental embuste face ao que o PSD sempre defendeu no passado ano e meio. A justificação radica também num embuste: sabe-se que a derrapagem resulta, primeiro, de uma fraca captação fiscal, fruto da recessão; segundo, das consequências da irresponsabilidade fiscal reiterada na Madeira (e que o PSD voltou a cobrir ao não especificar o plano de ajustamento antes das eleições, e ao não definir quem pagaria a factura: sabemos agora que serão os servidores públicos do Continente e os pensionistas); terceiro, do ruinoso processo de privatização do BPN (um tenebroso caso de polícia conduzido por figuras gradas do cavaquismo) que o PSD conduziu recentemente: os privados compraram o BPN a preço de saldo, mas os contribuintes portugueses pagam primeiro (e mais uma vez) todas as dívidas.»
André Freire, Público
Sem comentários:
Enviar um comentário