05 outubro 2011

Dos jornais


Como se fazem as notícias? Como funcionam os jornais? Que credibilidade merecem?
Ontem foi posto a nu um esquema usado pelas redacções dos jornais: as notícias fazem-se antes dos acontecimentos. Os jornalistas, quais adivinhos, redigem as "estórias" com base em probabilidades e depois é só publicar. A coisa costuma bater certo, mas de vez em quando dá raia. Quando a fome de estar na linha na frente ultrapassa o bom senso e as "notícias" saem antes de concluídos os acontecimentos a que supostamente se reportam. Isso mesmo aconteceu com o caso Amanda Knox. O “Daily Mail” publicou uma versão fictícia da leitura da sentença de Amanda Knox, com muito drama à mistura: “Amanda Knox ficou aturdida esta noite, após perder de forma dramática o recurso da pena de prisão por homicídio. Quando Knox se apercebeu da enormidade do que o juiz Hellman estava a dizer, afundou-se na cadeira a soluçar incontrolavelmente, enquanto a sua família e amigos se abraçavam uns aos outros em lágrimas”. “A poucos metros, a mãe de Meredith [a vítima], Arline, a irmã Stephanie e o irmão Lyle, que voaram de propósito [para Itália] para ouvir o veredicto, permaneceram serenos, a olhar para a frente, voltando-se apenas uma vez para a família perturbada de Knox”.
Por cá as notícias saem ao ritmo das agências noticiosas e das palavras de assessores de imprensa que as redigem e enviam para essas agências. Raramente os jornalistas cumprem o seu papel de contraditório, limitando-se a ser veículos numa cadeia que tem pouco de informação e muito de propaganda.

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