Rui Tavares foi eleito pelo BE para o parlamento europeu e vem hoje dizer umas quantas coisas que a mim me soaram mal. Caiu num lirismo serôdio e naquele tipo de retórica que cheira a podre.
Diz ele: "Quem olha para o mapa da Europa que saiu das eleições de domingo passado dificilmente imaginaria que ainda há dez anos, dos quinze países que a UE então tinha, quatorze eram governados por partidos socialistas e afins."
Porque é que dificilmente imaginaria se o eleitorado sempre foi instável e sempre votou para defender alguns dos seus interesses? Rui Tavares, embora novo, não nasceu hoje e sabe isso muito bem. E sabe também que é essa característica do eleitorado que obriga os tais "socialistas e afins" a encostarem-se ao centro para poderem chegar ao poder.
Talvez Tavares, na euforia da eleição, julgue que o BE tem alguma representatividade no Parlamento Europeu e possa mudar as coisas. Ou então o intróito serve tão-só para o arrazoado que vem a seguir. Mais, Tavares julga-se já tão importante que acha que quem governa pode esquecer as empresas e governar em nome de uma qualquer idílica segurança social, pois, como é do senso comum, o dinheiro cai do céu. Mais, ainda não percebeu que os "europeus e as europeias" querem é manter o seu alto nível de vida e também não parece ter percebido que os portugueses darão novamente a maioria absoluta a quem acharem que vai pôr o país nos eixos, como desde há mais de um século sonham as élites pem pensantes em que se inclui Tavares.
Mas não deixa de ser revelador que para Tavares o modelo esteja em Obama. Ou seja, na mesma lógica com que há anos alguns acreditaram que o modelo era a terceira via e estiverem com Blair.
Se o título do artigo de Tavares é pomposo e se o dito cujo está cheio de nada e nem por uma vez explica por que colapsou o centro-esquerda (tão-pouco explicita o que é isso de dentro-esquerda), mostra-nos que ser eleito para o parlamento europeu o deixou muito auto-confiante. E essa auto-confiança sempre foi (ele é historiador e sabe isso muito bem) a causa de muitas derrotas pessoais. Esperemos que lhe volte alguma da lucidez que de vez em quando parecia dar-se bem com a sua figura.
Diz ele: "Quem olha para o mapa da Europa que saiu das eleições de domingo passado dificilmente imaginaria que ainda há dez anos, dos quinze países que a UE então tinha, quatorze eram governados por partidos socialistas e afins."
Porque é que dificilmente imaginaria se o eleitorado sempre foi instável e sempre votou para defender alguns dos seus interesses? Rui Tavares, embora novo, não nasceu hoje e sabe isso muito bem. E sabe também que é essa característica do eleitorado que obriga os tais "socialistas e afins" a encostarem-se ao centro para poderem chegar ao poder.
Talvez Tavares, na euforia da eleição, julgue que o BE tem alguma representatividade no Parlamento Europeu e possa mudar as coisas. Ou então o intróito serve tão-só para o arrazoado que vem a seguir. Mais, Tavares julga-se já tão importante que acha que quem governa pode esquecer as empresas e governar em nome de uma qualquer idílica segurança social, pois, como é do senso comum, o dinheiro cai do céu. Mais, ainda não percebeu que os "europeus e as europeias" querem é manter o seu alto nível de vida e também não parece ter percebido que os portugueses darão novamente a maioria absoluta a quem acharem que vai pôr o país nos eixos, como desde há mais de um século sonham as élites pem pensantes em que se inclui Tavares.
Mas não deixa de ser revelador que para Tavares o modelo esteja em Obama. Ou seja, na mesma lógica com que há anos alguns acreditaram que o modelo era a terceira via e estiverem com Blair.
Se o título do artigo de Tavares é pomposo e se o dito cujo está cheio de nada e nem por uma vez explica por que colapsou o centro-esquerda (tão-pouco explicita o que é isso de dentro-esquerda), mostra-nos que ser eleito para o parlamento europeu o deixou muito auto-confiante. E essa auto-confiança sempre foi (ele é historiador e sabe isso muito bem) a causa de muitas derrotas pessoais. Esperemos que lhe volte alguma da lucidez que de vez em quando parecia dar-se bem com a sua figura.
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