Em duas décadas passamos de um ensino centrado nos conhecimentos para um ensino centrado no fazer de conta. As consequências ainda não podem ser avaliadas, mas não tarda sê-lo-ão.
Lembrar-se-ão, os mais velhos, que dantes não havia apoios nem cuidados com alunos desinteressados ou que se davam mal com a aprendizagem. A pouco e pouco, fruto de diversas circunstâncias, o ensino público orientou-se para estes alunos, desleixando a maioria. A preocupação com as estatísticas e um novo modo de entender a escola (cada vez mais um mero espaço de ocupação de crianças e adolescentes) fazem com que ao nível central haja uma verdadeira obsessão com os números. Pouco importa que os alunos saibam de facto. Apenas que cumpram na aparência. O que é tão perverso quanto isto: muitos, ao perceberem que a escola facilita a vida aos que não cumprem as regras, optaram por desleixar o estudo e não se têm dado mal.
O Estado não se importa de gastar mais uns trocos com aquilo que chama de planos de recuperação e quem paga impostos não sabe que esses trocos são, afinal, milhões de euros. O que importa é que as aparências sejam eficazes, isto é, que o governo possa fazer alarde do sucesso. Que sucesso é este? Nenhum. É apenas mais do mesmo. Dantes abandonavam a escola e integravam o mercado de trabalho. Agora ficam mais uns tempos na escola e vão integrar o número de desempregados ou de mão-de-obra barata e sem qualificações. Enquanto estiverem na escola, apenas chateiam os colegas, os auxiliares e os professores, infernizando uns e outros para que a senhora ministra e os camaradas possam sorrir.
O que o governo ensina é que se pode enganar o povo com burocracia. Quanto mais papelada, melhor. Ao mesmo tempo que se vai constrangendo os professores, dizendo-lhes que o insucesso dos alunos é avaliado negativamente e ameaça a carreira.
Quem fala daqueles alunos que não desenvolvem mais as suas capacidades pela simples razão de que ninguém se interessa? Bom bom é passar três trimestres a fazer pouco de todos, a nunca estudar, a não saber ler, nem fazer contas, com muito gel e piercings e tatoos e ipods e telemóveis e chegar ao fim e upa, ciclo seguinte, em nome do sucesso, em nome dos problemas familiares, do rendimento social de inserção e de tantos outros dramas.
Entenda-se: não pomos em causa que se faça tudo para que os alunos aprendam. O que questionamos é esta metodologia que faz da mentira uma fachada e diz: façam sempre de conta que no fim terão um prémio.
Lembrar-se-ão, os mais velhos, que dantes não havia apoios nem cuidados com alunos desinteressados ou que se davam mal com a aprendizagem. A pouco e pouco, fruto de diversas circunstâncias, o ensino público orientou-se para estes alunos, desleixando a maioria. A preocupação com as estatísticas e um novo modo de entender a escola (cada vez mais um mero espaço de ocupação de crianças e adolescentes) fazem com que ao nível central haja uma verdadeira obsessão com os números. Pouco importa que os alunos saibam de facto. Apenas que cumpram na aparência. O que é tão perverso quanto isto: muitos, ao perceberem que a escola facilita a vida aos que não cumprem as regras, optaram por desleixar o estudo e não se têm dado mal.
O Estado não se importa de gastar mais uns trocos com aquilo que chama de planos de recuperação e quem paga impostos não sabe que esses trocos são, afinal, milhões de euros. O que importa é que as aparências sejam eficazes, isto é, que o governo possa fazer alarde do sucesso. Que sucesso é este? Nenhum. É apenas mais do mesmo. Dantes abandonavam a escola e integravam o mercado de trabalho. Agora ficam mais uns tempos na escola e vão integrar o número de desempregados ou de mão-de-obra barata e sem qualificações. Enquanto estiverem na escola, apenas chateiam os colegas, os auxiliares e os professores, infernizando uns e outros para que a senhora ministra e os camaradas possam sorrir.
O que o governo ensina é que se pode enganar o povo com burocracia. Quanto mais papelada, melhor. Ao mesmo tempo que se vai constrangendo os professores, dizendo-lhes que o insucesso dos alunos é avaliado negativamente e ameaça a carreira.
Quem fala daqueles alunos que não desenvolvem mais as suas capacidades pela simples razão de que ninguém se interessa? Bom bom é passar três trimestres a fazer pouco de todos, a nunca estudar, a não saber ler, nem fazer contas, com muito gel e piercings e tatoos e ipods e telemóveis e chegar ao fim e upa, ciclo seguinte, em nome do sucesso, em nome dos problemas familiares, do rendimento social de inserção e de tantos outros dramas.
Entenda-se: não pomos em causa que se faça tudo para que os alunos aprendam. O que questionamos é esta metodologia que faz da mentira uma fachada e diz: façam sempre de conta que no fim terão um prémio.
Sem comentários:
Enviar um comentário