07 outubro 2008

frenesi versus quasi


Uma editora e uma salsicharia. Um programa editorial e um livro de contabilidade. A estética pessoal e o disparate.

A frenesi passou anos a editar poesia quando editar poesia era o cabo dos trabalhos. Mesmo que os critérios sejam discutíveis (quais não são?), publicou o que Paulo da Costa Domingos quis publicar, contribuindo para uma qualidade gráfica ímpar e tornando possíveis o aparecimento de vozes como as de Adília Lopes ou dando espaço a obras como as de Fátima Maldonado ou a preciosidades como Álvaro Lapa.

A Quasi desde muito cedo mostrou que a falta de critério era a sua política editorial. Algo que permitiu ao editor Reis-Sá passar da condição de semi-analfabeto à de colunável em quase tudo o que é publicação «literária». Entre o lixo que escreve e o que publica enquanto editor Reis-Sá conseguiu a proeza de mostrar que editar poesia é, de facto, um negócio social, que mexe com muitas vaidades e imensos dinheiros públicos.









Já agora, permitam-nos mais uma transcrição: «No catálogo têm nomes como Camilo Castelo Branco, Raul Brandão e outros aparentemente mais mainstream, entrecruzados com autores com outro tipo de catalogação. Quais os critérios que presidem à escolha das obras a publicar?
O programa editorial da Frenesi é uma emanação directa do desenvolvimento individual e das contingências vivenciais do seu editor (Paulo da Costa Domingos). Neste sentido, são iniludíveis os nexos a estabelecer com a obra pessoal do mesmo. Também neste sentido, nunca publicaríamos qualquer obra cujo teor nós próprios não partilhássemos. E só «aparentemente» (muito bem dito, na vossa inquirição) alguns autores passam por mainstream: porque mainstream foi a cultura seminarista, o galo de Barcelos, o marianismo, as touradas, a guerra colonial, a loiça das Caldas da Rainha, o fado, o hino nacional, a raça, a Mocidade Portuguesa, a Pide e a Legião, e, recentemente, o retorno a Fátima e ao futebol, as telenovelas... Homens como Camilo Castelo Branco, preso pelo menos duas vezes, ou Raul Brandão, um dos fundadores da Seara Nova, nunca participaram nessa procissão da "enxurrada principal".
»

2 comentários:

Vitor_Vicente disse...

Esse Jorge Reis-Sá é um monte de merda! Enquanto editor é nulo de ética e enquanto escritor é uma nulidade completa! Eu sou suspeito para comentar sobre esse MdM pelo seguinte:

Em Novembro de 2005, a Canto Escuro publicou duma assentada um par de livros, "A Festa do Asno" e "Gag Gad", do José Emílio-Nelson. A meio de ano de 2006, a Quasi anexou ao supradito par um pequeno de conjunto de poemas do mesmo autor, "Pickelporno", num só volume. Nele constava uma nota que afirmava que as publicações no Canto eram uma "edição restrita em 2005". Trata-se de uma fraudulice de todo o tamanho. Tanto assim que ainda há exemplares, tanto do "Asno" como do "GG", à venda até hoje.

Já mailei ao MdM que aproveite para rir enquanto tiver dentes! A sorte dele é que faço mais férias em cidades como Amsterdam (cheguei ontem...) e afins do que em terriolas tipo Famalicão…

Anónimo disse...

Excelente post. Água fresca por estes lados? Hei-de aqui voltar!