Gil de Carvalho nasceu em Lisboa, em 1954. Tem publicado poesia, ficção e vária prosa. Foi crítico literário do semanário Expresso durante vários anos, bem como das revistas ‘Ler’ e ‘Colóquio Letras’. É particularmente atento ao Hemisfério Norte e ao Oriente, sobretudo à literatura, botânica e fauna desses lugares. A China (para onde várias vezes viajou), reflecte-se na sua obra –depurada, trabalhada com os vagares e cuidados exigidos às obras de arte mais frágeis. Livros publicados: Alba (1982), Aboiz (1985), De Fevereiro a Fevereiro (1987), A Dama Luminosa e Outros Escritos da China (1993), Entrepostos (1993), Tarantela & Viagens (1998), A Cidade do Cobre (2001), De Quatro e Cinco, Lisboa, 2004 e Viagens 1978-2008 (2008).
Viagens é a reunião dos livros anteriores, excepto A Dama Luminosa.
Aqui fica um poema.
Barba Azul
Diante das mulheres,
o sol, discreto,
corta nos homens
o hábito do rosto.
Levantada uma vez
a ponte, tudo
permanece no seu lugar,
excepto a chave na
mão fresca da menina.
Com ela há-de abrir
a vulva às recordações.
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