25 abril 2008

Rui Pires Cabral


[Passagem de Peões]


À vinda do supermercado
diz-me o pequeno monstro
que às vezes me faz companhia:
«E qual é a tua razão de ser?»


Na rua, a tarde rola devagar
entre prédios murchos – e ele
acrescenta: «Não me digas
que são os versos.»


E ri-se.

(Capitais da Solidão, 2006)

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