É frequente ouvir falar de esquemas para ganhar dinheiro a partir de amigos, familiares ou vizinhos. Tradicionalmente, os esquemas em pirâmide recorrem a seminários, reuniões domésticas, telefone ou mesmo ao correio para angariar pessoas. Hoje em dia, o e-mail, normalmente via spam (comunicação não solicitada), é também um método cada vez mais utilizado. Num esquema em pirâmide típico, quem quer ser membro tem de pagar para aderir. Depois, para reaver algum dinheiro, tem de convencer ou ludibriar outras pessoas a aderirem e a “investirem” também o seu dinheiro.
Outro processo é o do choradinho. Os vigaristas contactam por carta (frequentemente manuscrita) ou por e-mail. Dizem que, devido a um infortúnio nos seus países de origem, têm uma necessidade legítima de transferir discretamente grandes quantidades de fundos para o estrangeiro, muitas vezes milhões de dólares. Para o fazerem, precisam de ter acesso à conta bancária de alguém que os ajudará e a quem oferecerão uma volumosa percentagem do seu dinheiro. Toda a história é, obviamente, fictícia. E enfatizam sempre a necessidade de sigilo e urgência – para dissuadir os destinatários de procurar aconselhamento. Caso aceite e lhes envie os seus dados, respondem prontamente com o que aparenta ser informação genuína da transferência de fundos. Posteriormente, pedem que proceda ao pagamento de uma determinada quantia para cobrir “encargos locais”, ou “subornos para agentes locais”. Quando lhes enviar o dinheiro, nunca mais voltará a ouvir falar deles, ou voltarão a contactá-lo para pedirem mais dinheiro. Nunca receberá qualquer quantia – apenas perderá o que lhes enviou.
Este tipo de fraude assume diferentes formas de disfarce e remonta a 1588, quando era conhecida como a fraude do “prisioneiro espanhol”. O alegado prisioneiro estava cativo num castelo espanhol e solicitava dinheiro a fim de subornar os carcereiros para o libertarem. As cartas eram escritas pelo prisioneiro fictício, que prometia uma parte da sua arca do tesouro, a troco de ajuda. Nas actuais fraudes nigerianas, um consumidor recebe uma carta ou uma mensagem por e-mail proveniente de um exilado nigeriano fictício que pretende transferir milhões de dólares para fora do país.
Outras variantes desta abordagem foram igualmente recebidas de outros países africanos e do Iraque. Por vezes, todo o esquema é disfarçado sob a capa de trabalho caritativo ou missionário.
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