29 janeiro 2012

A austeridade tem um sentido: empobrecer a classe média

O caminho que se percorre resulta de uma opção. A classe média optou pela visão neoliberal e sofre na pele as consequências. Daqui a um ano serão menos os que acreditam que a mudança foi boa.
Em 2011, o consumo privado já diminui 4,2%, o pior resultado de que há registo. Mas em 2012, será ainda pior: 5,9% de acordo com a Comissão Europeia. Em 1983, da última vez que o FMI esteve em Portugal, a queda tinha sido de "apenas" 0,3%.
A bola de neve não pára aqui, naturalmente. Esta quebra do consumo faz com que muitas lojas, indústrias, fornecedores de serviços e o próprio Estado sintam uma perda abrupta das suas receitas. O resultado é, no sector privado, mais cortes no investimento, mais trabalhadores colocados no desemprego e mais empresas a declararem falência. Tudo fenómenos que tendem a autoalimentar-se e a tornar a tarefa inicial do Estado de cortar o défice mais difícil e, quem sabe, a exigir ainda mais medidas de austeridade.
Felizmente, há quem tenha arregaçado as mangas e se dedique a mostrar como se esbanja dinheiro em Portugal. Bárbara Rosa, Rui Abreu e Rui Oliveira Marques são os responsáveis pelo blog Má despesa pública, onde põem a nu a irresponsabilidade de tanto servidor do Estado que, como se sabe, se alimenta à grande do adormecimento dos cidadãos.

Fonte: Público

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