11 maio 2009

Chá dos Açores



Na ilha de S. Miguel estão localizadas as únicas fábricas e plantações de chá existentes na Europa, que produzem o chá Gorreana e o chá Porto Formoso.
O chá dos Açores vai ser certificado pela União Europeia, para salvaguardar a "genuinidade" de um produto de características únicas na Europa.
Apesar de manter o seu carácter tradicional há 125 anos, a Gorreana rendeu-se às novas tecnologias. Pelo site que criou na internet vendeu, em 2008, três toneladas de chá. A Gorreana tem uma produção anual de 38 toneladas.
A transformação industrial do chá teve início nos Açores em 1878. Foi ensinada aos locais por dois chineses, convidados pela Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense, precisamente para esse efeito. Das várias fábricas que chegaram a existir, a Gorreana era, até há pouco tempo, a única resistente. Em 1998, os actuais proprietários da Fábrica de Chá de Porto Formoso iniciaram a recuperação desse complexo.
O cultivo do chá, encontra nos Açores condições favoráveis ao seu desenvolvimento, sendo a ilha de S. Miguel a que reúne as melhores: um solo de textura arenosa, fértil, rico em ferro e onde os valores de acidez se encontram entre valores de 7 a 5 aproximadamente (entre neutro e acido). Aliado a estes factores, está o relevo da ilha que proporciona à cultura a necessária protecção que ela exige para um optimo desenvolvimento da planta do chá.
A planta em si necessita de poucos cuidados, sendo no entanto necessário dispô-la em linhas para maximizar a sua eficiente produção. Cresida de forma biológica, a planta usa de estrume vegetal para o seu crescimento. Este provém das folhas do arbusto e das sementes oleaginosas.
Finalmente, a folha é colhida só após o 4.º ou 5.º ano da sua plantação ,sendo apenas podada até atingir esta idade.
A apanha da folha decorre entre os meses de Abril e Setembro, numa época de poucas chuvas para que o crescimento das folhas seja mais lento e, consequentemente, o chá tenha maior qualidade. Segue-se o processo de transformação, que implica o murchamento, a enrolagem, a oxidação e a secagem. Chega, então a hora da selecção.
O mais perfeito, e mais forte, é o Orange Pekoe, obtido a partir do botão e da primeira folha do rebento. E não tem absolutamente nada a ver com laranjas! A primeira denominação é sinónimo de qualidade, e foi escolhida em homenagem aos príncipes holandeses de Orange, os primeiros a comercializar o chá pela Europa. A segunda corresponde a um termo chinês que significa “jovem”. É esse o principal atributo do chá obtido a partir da segunda folha do rebento, simplesmente rotulado de Pekoe. É ligeiramente mais fraco que o anterior. Quanto ao Broken Leaf, o mais suave de todos e mais adequado a quem queira evitar estimulantes, é o resultado de pedaços das diferentes folhas.
Esses são chás pretos. Há ainda um chá verde, o Hysson.

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