Porque bebem tanto os adolescentes que saem à noite? Quem faz reportagens sobre o assunto não procura respostas para essa questão. Apenas a actualidade. E a actualidade é a mudança que a lei vai sofrer. Passará a ser proibido vender bebidas alcoólicas a quem tenha menos de 18 anos.
Beber por moda ou por uma qualquer fantasia de grupo permanece um mistério. O que leva os meninos e as meninas a quererem embebedar-se antes de entrarem na discoteca?
Dançar sempre foi um pretexto ou o preâmbulo para outra coisa. Mas para que isso aconteça há muitos caminhos a percorrer. Desde logo a disponibilidade interior (leia-se: vencer a culpa). Depois os diversos códigos das tribos a que se pertence ou quer pertencer. E ainda as imagens do que se estipulou ser o divertimento.
A discoteca é, à partida, um lugar onde se dança. Dançar sem beber parece inconcebível. Porquê? Será que o organismo humano não consegue dançar sem álcool? Ou será que para se ser muita louco tem de se estar fora de si e para estar fora de si o álcool parece melhor desinibidor do que qualquer estupefaciente?
Mas há um dado novo. Os adolescentes não bebem para desinibir, bebem mesmo para ficarem bêbedos. Talvez a figura do bêbedo tenha adquirido uma misteriosa carga mítica. Será que os adolescentes andaram a ler Joseph Roth? Ou tratar-se-á tão-só de uma maneira de expressar o tédio que lhes ensombrece a alma?
Os valores da cultura pop veiculados por canções, estrelas da moda e da TV e outros esbarra sempre no imenso vazio das meninas e meninos que gostam de parecer. Parecer que são divertidos e que curtem bué. Parecer que estão receptivos à descoberta. Parecer que a curiosidade é, de facto o que os move.
As hipóteses que aqui deixamos (hipóteses, sim senhor) nada explicam. Apenas levantam duas ou três questões sobre um universo ainda muito pouco estudado: a noite.
Beber por moda ou por uma qualquer fantasia de grupo permanece um mistério. O que leva os meninos e as meninas a quererem embebedar-se antes de entrarem na discoteca?
Dançar sempre foi um pretexto ou o preâmbulo para outra coisa. Mas para que isso aconteça há muitos caminhos a percorrer. Desde logo a disponibilidade interior (leia-se: vencer a culpa). Depois os diversos códigos das tribos a que se pertence ou quer pertencer. E ainda as imagens do que se estipulou ser o divertimento.
A discoteca é, à partida, um lugar onde se dança. Dançar sem beber parece inconcebível. Porquê? Será que o organismo humano não consegue dançar sem álcool? Ou será que para se ser muita louco tem de se estar fora de si e para estar fora de si o álcool parece melhor desinibidor do que qualquer estupefaciente?
Mas há um dado novo. Os adolescentes não bebem para desinibir, bebem mesmo para ficarem bêbedos. Talvez a figura do bêbedo tenha adquirido uma misteriosa carga mítica. Será que os adolescentes andaram a ler Joseph Roth? Ou tratar-se-á tão-só de uma maneira de expressar o tédio que lhes ensombrece a alma?
Os valores da cultura pop veiculados por canções, estrelas da moda e da TV e outros esbarra sempre no imenso vazio das meninas e meninos que gostam de parecer. Parecer que são divertidos e que curtem bué. Parecer que estão receptivos à descoberta. Parecer que a curiosidade é, de facto o que os move.
As hipóteses que aqui deixamos (hipóteses, sim senhor) nada explicam. Apenas levantam duas ou três questões sobre um universo ainda muito pouco estudado: a noite.
2 comentários:
Não é nada de novo:
Entre os dados que nos deixou a literatura antiga, os que Diego Duran apresenta em sun História de las Indias de Nueva España são particularmente preciosos. Dizem respeito as cerimônias que acompanharam e seguiram a sagracão de Montezuma II. Vejamos a tradução de linhas muito instrutivas a êste respeito:
“... Aos estrangeiros foram dados cogumelos silvestres, para que se embriagassem; depois disso, eles entraram na danca. Terminado o sacrifIcio e estando os degraus do templo e o patio banhados de sangue humano, todos foram comer cogumelos crus, alimento que fazia com que perdessem a razão, deixando-os num estado pior do que se tivessem tornado muito vinho: achavam-se a tal ponto bebedos e privados da razão que muitos se suicidavam e gracas ao poder dësses cogumelos tinharn visões e o futuro lhes era revelado, o Diabo falando com eles, enquanto estavam em estado de embriaguez”,
http://www.cogumelosmagicos.org/forum/showthread.php?t=530
A pressão social para a integração no grupo é hoje, se calhar, mais forte do que nunca. O álcool é uma porta.
Outro dado para nos fazer pensar é o facto de serem as cervejeiras as empresas que mais gastam em publicidade em Portugal.
Que tal pôr algumas limitações à publicidade das bebidas alcoólicas?
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