05 maio 2009

Amizades de espada e prostituta





[De cima para baixo: auto-retrato de Gauguin; Van Gogh visto por Gauguin; 2 auto-retratos de Van Gogh]

Era uma vez um pintor. Sofria de perturbações mentais, originadas e agravadas pela vida que levou e por muitos infortúnios. Uma dia, nas vésperas do Natal, apareceu sem a orelha esquerda. Corria o ano de 1888. Chamava-se Van Gogh e é, há muito, um dos pintores mais admirados do mundo.
Hans Kaufmann e Rita Wildegans, dois investigadores e historiadores de arte alemães, vêm agora dizer (Van Gogh's ear: Paul Gauguin and the pact of silence) que não foi o pintor que se auto-mutilou, mas Gaugin quem o amputou do auricular. Fica no ar uma suspeita: que pacto de silêncio foi esse que levou Van Gogh a calar o acto do amigo?
A história até agora divulgada sempre deu Vincent van Gogh como autor da própria mutilação. Gauguin e Van Gogh viviam juntos em Arles, no sul de França, e as diferentes opiniões que tinham sobre a arte, como comprovam os quadros A cadeira de Van Gogh e A cadeira de Gauguin (ambos de Dezembro de 1888), originavam sérias discussões. A nova versão afirma que Gauguin decidiu abandonar a casa que partilhava com Van Gogh e saiu nessa noite com a bagagem e a espada – era um experiente esgrimista - na mão. Gauguin foi seguido pelo amigo que, horas antes, lhe tinha atirado um copo de vidro. Ao aproximarem-se de um bordel a discussão intensificou-se e Gauguin cortou a orelha esquerda de Van Gogh com a espada que empunhava. Van Gogh embrulhou a orelha e ofereceu-a a Rachel, uma prostituta.
A verdade nunca veio ao de cima devido a um pacto de silêncio entre os dois. “No dia seguinte, Gauguin foi interrogado pela polícia. Foi então que inventou a história da auto-mutilação”, explicou Kaufmann ao jornal britânico "Daily Mail". Van Gogh tinha sido encontrado na cama a esvair-se em sangue mas nunca contou nada à polícia.
Os historiadores baseiam a tese do pacto de silêncio nas palavras finais de Van Gogh para o amigo: “Tu estás calado e eu estarei também”. Além disso, foram encontradas pistas para o sucedido na correspondência entre o pintor holandês e o seu irmão, Theo.

Fonte: Público

1 comentário:

Diogo disse...

Isto é verdadeiramente um caso paro CSI de Miami.

É o toque de loucura que transmite o génio.