Investigadores da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa desenvolveram, em colaboração com a Samsung, uma nova geração de ecrãs planos que está a ser apresentada numa das maiores conferências internacionais da especialidade.
A novidade consiste na substituição do material semicondutor dos transístores que fazem o endereçamento nos mostradores, que é neste momento silício amorfo, por um novo material transparente à base de óxidos, como o óxido de zinco, que oferece várias vantagens.
Este material, que tem já muitas aplicações, como por exemplo nos cremes cicatrizantes e nos protectores solares, pode ser produzido a um custo muito mais baixo e à temperatura ambiente, disse hoje à agência Lusa Elvira Fortunato, que coordena o projecto juntamente com o seu colega Rodrigo Martins.
Este projecto de investigação na área da Electrónica Transparente foi desenvolvido entre o Centro de Investigação de Materiais (CENIMAT) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, integrado no recém-criado Laboratório Associado I3N, Instituto de Nanoestruturas, Nanomodelação e Nanofabricação, e o centro de investigação da multinacional sul-coreana Samsung.
No seguimento deste trabalho foi apresentada uma submissão conjunta de uma patente internacional.
«O nosso reconhecimento a nível internacional deve-se a que apresentámos e publicámos em 2004, pela primeira vez, numa das melhores revistas científicas da especialidade, um transístor de filme fino totalmente transparente e produzido à temperatura ambiente», recordou a investigadora.
Para além deste projecto, Elvira Fortunato referiu a existência de outros na mesma área com a HP da Irlanda e Estados Unidos, a FIAT em Itália, o Centro de Telecomunicações e Electrónica da Coreia e a Saint Gobain Recherche de França.
Com este último parceiro, esta especialista em Ciência de materiais anunciou para Junho o início de um projecto na área dos «Vidros do Futuro» que poderá abrir caminho a janelas com circuitos integrados, sensores e dispositivos, «sem que a janela possa funcionar como janela».
Sublinhou que esta é uma das áreas prioritárias do Laboratório Associado I3N, de que é actualmente directora, face quer à importância científica, quer tecnológica, que representa na sociedade.
[Fonte: Diário Digital]
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