05 maio 2008

Livros e papel higiénico

O que é uma livraria? Um espaço onde se vendem livros? Um supermercado de papel? Um lugar de cultura?

Quem tem um negócio quer lucro, não é? Se os autores exigentes não vendem bem, que se há-de fazer? Razão têm as editoras que há muito contratam gente dantes ligada às vendas de produtos de grande consumo, como detergentes. Os livros são produtos, são objectos. E se não há consumidores para tanto génio, há-os para detergentes ou para papel higiénico.

Sendo uma livraria um espaço de negócio há que rentabilizá-lo, há que pôr as editoras a pagar os lugares de destaque. E as editoras pagam, porque também elas vivem de e para o negócio. A cultura é para ricos. Ou para tolos (aqueles que não sendo ricos, nem pouco mais ou menos, desbaratam parte do seu rendimento mensal em livros ou noutros produtos colturais). O resto é o que é.

Os autores, em vez do choradinho da praxe, melhor fariam em ter a coragem de escrever para a gaveta (os que escrevem para si próprios) ou, em querendo vender, fazerem o que fazem os negociantes: prospecção de mercado. Queres disto? Pois aqui o tens.

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