20 fevereiro 2012

Pequenas coisas sem importância

Independência é uma palavra redonda, cheia de ondulações, musical. E também rica de sentido. Segundo o dicionário Houaiss, tomo IV, pág. 2078, é o estado, condição, carácter daquele que goza de autonomia, de liberdade em relação a alguém ou alguma coisa.
Ora, como nos vêm ensinando muitos autores, desde antiguidade, passando pelo século XVII e seguintes, é uma fantasia a que alguns se entregam e que costumam pagar com a vida.
O mundo de hoje, tão informativo, é um mundo cheio de independentes. A informação é independente, mas em dando-se o caso de ser indiscreta pode-lhe acontecer como a António Galvão (o repórter de imagem da TVI que captou a polémica conversa a 9 deste mês, entre Vítor Gaspar e Wolfgang Schäuble), que passa a estar impedido de aceder à sala onde se reúnem os ministros da União Europeia, pelos serviços de imprensa.
Noutra parte do globo, esse lídimo representante do povo russo (que é apelidado nas ruas de aldrabão e de vigarista) chamado Vladimir Putin tem a vitória assegurada na primeira volta das eleições presidenciais. Ele sabe como ninguém que teclas tocar para pôr os russos a dançar ao som da sua orquestra. E já prometeu um rearmamento “sem precedentes” da Rússia. Ah o orgulho russo. Ah o mundo belo em que vivemos, a caminhar contente e tranquilo para um regresso em força das ditaduras, em nome do enriquecimento da meia dúzia do costume, e num tempo supostamente de informação.

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