A poesia é um assunto tóxico. Por favor não metam a poesia onde não é chamada. E aqueles que se entusiasmam com as baboseiras e fantochadas do costume tenham pelo menos a decência de deixar a poesia em paz. A poesia passa bem sem essa tanta gentalha que mal sabe ler, que quase nada lê e que agita as coberturas acrílicas com chilreios irritantes.
A poesia é vida e a vida cheira mal. A vida não usa perfume, nem anda de BMW. A poesia diz, sugere, brinca, irrita, seduz e permite o uso de tantas outras acções porque (refrão) é vida, tem sangue, fezes, emoções. As emoções são perigosas, podem levar as pessoas para lá do que é devido. A poesia é perigosa. Tão perigosa que, excepto uns poucos, continuam a etiquetá-la junto aos cosméticos ou junto aos rolos coloridos de papel higiénico. As etiquetas sempre foram úteis, sempre permitiram aos burocratas orientarem-se e dominar. Mas a poesia é vida, não se submete a nenhum credo. De vez em quando fere. Às vezes chateia. Mais raramente ousa. E todas as ousadias são um remendo. A poesia é vida, não é um rol de palavreado cheio de referências e citações. Quando espirro, quando tusso não estou preocupado com Shakespeare ou com Camões. A poesia pode ser um catarro medonho. Ou o mau cheiro de quem bebe mais do que a conta.
A poesia não é coisa de professores, sejam básicos ou universitários, embora uns e outros gostem muito de se lembrar dela no dia mundial da coisa. Ai, a poesia... Ou a poesia e tal e coisa, aquelas palavras que se encavalitam umas nas outras e fazem momices com os braços como as medíocres representações teatrais. Não, a poesia tem fome, tem sede, anseia, quer. A poesia é vida ou não presta. A vida não se limita ao bê-a-bá da economia ou disto ou daquilo. É, como sempre foi, um campo vasto de possibilidades que o homem tenta abarcar mas que lhe continua a escapar. Há ainda muito por conhecer. Por isso, aqueles que parafraseiam quem disse que já está tudo dito só podem estar a brincar - e a poesia, recordo, também é um jogo.
Posto isto, bardamerda para quem gosta de poesia.
A poesia é vida e a vida cheira mal. A vida não usa perfume, nem anda de BMW. A poesia diz, sugere, brinca, irrita, seduz e permite o uso de tantas outras acções porque (refrão) é vida, tem sangue, fezes, emoções. As emoções são perigosas, podem levar as pessoas para lá do que é devido. A poesia é perigosa. Tão perigosa que, excepto uns poucos, continuam a etiquetá-la junto aos cosméticos ou junto aos rolos coloridos de papel higiénico. As etiquetas sempre foram úteis, sempre permitiram aos burocratas orientarem-se e dominar. Mas a poesia é vida, não se submete a nenhum credo. De vez em quando fere. Às vezes chateia. Mais raramente ousa. E todas as ousadias são um remendo. A poesia é vida, não é um rol de palavreado cheio de referências e citações. Quando espirro, quando tusso não estou preocupado com Shakespeare ou com Camões. A poesia pode ser um catarro medonho. Ou o mau cheiro de quem bebe mais do que a conta.
A poesia não é coisa de professores, sejam básicos ou universitários, embora uns e outros gostem muito de se lembrar dela no dia mundial da coisa. Ai, a poesia... Ou a poesia e tal e coisa, aquelas palavras que se encavalitam umas nas outras e fazem momices com os braços como as medíocres representações teatrais. Não, a poesia tem fome, tem sede, anseia, quer. A poesia é vida ou não presta. A vida não se limita ao bê-a-bá da economia ou disto ou daquilo. É, como sempre foi, um campo vasto de possibilidades que o homem tenta abarcar mas que lhe continua a escapar. Há ainda muito por conhecer. Por isso, aqueles que parafraseiam quem disse que já está tudo dito só podem estar a brincar - e a poesia, recordo, também é um jogo.
Posto isto, bardamerda para quem gosta de poesia.
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