A alta costura é um assunto de alta finança, de publicidade, de fantasias. É um mundo com regras particulares, onde alguns dão nas vistas e se tornam referência. Yves Saint Laurent bem pode ser apodado de rei da alta-costura. Foi com ele que pela primeira vez as modelos desfilaram com os seios ao léu.
Nascido em Oran, na Argélia francesa, Saint Laurent saiu de casa aos 17 anos, tendo ganho um prémio de estilista aos 18. Idade com que entrou para a casa Dior. A fama chegou em 1958, aos 21 anos, quando apresentou a sua colecção Trapeze, a primeira a seguir à morte do mestre.
Nos anos 60, Yves Saint Laurent desenhava já roupas que reflectiam a mudança do papel das mulheres na sociedade: mulheres mais confiantes, pessoalmente e sexualmente, e activas no mercado de trabalho, de que "le smoking" é o grande exemplo. Em 1962, iniciou a sua própria empresa, a YSL, financiada por Pierre Bergé, o homem com quem viveu até 1976.
Retirou-se da alta costura em 2002 e estava doente desde então. "Encontrei o meu estilo através das mulheres", disse um dia. "A força e vitalidade do meu estilo vem daí porque eu desenho sobre o corpo de uma mulher".
A especialista em moda da BBC, Razia Iqbal, não lhe poupa elogios: Yves Saint Laurent mudou para sempre a roupa de mulher introduzindo fatos com calças, casacos de safari e camisolas. Reconhecido como um grande inovador, ajudou a revitalizar a alta-costura ao mesmo tempo que produzia roupa para vestir no dia-a-dia. "França perdeu não apenas o seu maior costureiro mas também um ícone cultural", disse Razia Iqbal.
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