A vontade de que haja vida noutro planeta do sistema solar é tanta que qualquer análise é realizada num misto de crença e de razão. A Phoenix escavou e fotografou. O reflexo e a tonalidade do que ficou à mostra estimulam os cientistas. Se for gelo há água. Se há água poderá haver microrganismos, ou seja, vida. E alguns vão mesmo mais longe, interrogando-se se há condições para a sobrevivência do ser humano.
«Eram umas pedrinhas de um material brilhante, aproximadamente do tamanho de um dado, que a sonda da NASA Phoenix tinha posto a nu na quinta-feira da semana passada ao escavar um local denominado Dodo-Goldilokcs, no pólo norte marciano. A Phoenix fotografara logo o achado mas não mexeu nele. E, quatro dias mais tarde, no domingo, quando voltou a fotografar o mesmo sítio – surpresa! As pedrinhas tinham desaparecido das imagens. Para os responsáveis da NASA, o que aconteceu é óbvio: o material brilhante era gelo, que se evaporou em quatro dias porque foi exposto à atmosfera de Marte.»
A missão da Phoenix é determinar se Marte teve condições para a existência de vida – por exemplo, nos últimos dez milhões de anos. E quem diz condições para a vida, mesmo microscópica (ninguém está à espera de encontrar homenzinhos verdes), diz água. Ou mais precisamente gelo, preso no imenso campo de permafrost que parece cobrir esta região polar do planeta vermelho. Muitos indícios têm feito os cientistas suspeitarem da presença de gelo em Marte, mas ainda ninguém o segurou na mão (ou num braço mecânico). Todas as esperanças estão agora depositadas na nova sonda. Será que, de tempos a tempos, o gelo derrete e permite que a vida microscópica floresça no subsolo?
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