Há coisas que todos pensam, mas ninguém diz? Não sei. Há coisas que tenho a vaga impressão de perceber, por já as ter sentido. Ou porque alguém que conheço me ter falado disso.
Assim, ao ler que "29,1% das mulheres britânicas acreditam que se voltassem a caber num velho par de calças de ganga, sentiriam mais prazer do que se tivessem sexo", sorri. Percebo-as bem. A imagem que temos de nós próprios é mais importante do que algo tão indefinido como o sexo.
As relações sexuais podem ser arrebatadoras, mas também podem ser insípidas. E as mulheres que preferiam voltar a caber nuns jeans revelam que andam mal consigo mesmas e, como tal, dificilmente devem dar prazer a alguém ou sentir-se à vontade para poderem usufruir de algo que à partida se diz que é bom.
São mulheres que nunca foram amadas pelo que realmente são e que sempre sucumbiram às imagens que outros criaram e disseram dever ser.
Para essas mulheres é importante que apareçam campanhas como a do fat pride, de revolta contra a ditadura da magreza, lutando pelo início de uma era em que gordura volta ser formosura.
Mas quem diz mulheres pode dizer homens, pois e cada vez maior o número de homens que sente a gordura como um obstáculo ao seu bem-estar psicológico. A cultura pop dominante serve-se de corpos altamente musculados e magros que os fazem sentir deslocados.
Estar deslocado do grupo in é, como se sabe, o pior que pode acontecer aos espíritos débeis. Isto se não pertencermos todos a esse grupo: pedindo aos carros, aos objectos, aos adereços que façam de penso rápido para o nosso vazio interior.
Assim, ao ler que "29,1% das mulheres britânicas acreditam que se voltassem a caber num velho par de calças de ganga, sentiriam mais prazer do que se tivessem sexo", sorri. Percebo-as bem. A imagem que temos de nós próprios é mais importante do que algo tão indefinido como o sexo.
As relações sexuais podem ser arrebatadoras, mas também podem ser insípidas. E as mulheres que preferiam voltar a caber nuns jeans revelam que andam mal consigo mesmas e, como tal, dificilmente devem dar prazer a alguém ou sentir-se à vontade para poderem usufruir de algo que à partida se diz que é bom.
São mulheres que nunca foram amadas pelo que realmente são e que sempre sucumbiram às imagens que outros criaram e disseram dever ser.
Para essas mulheres é importante que apareçam campanhas como a do fat pride, de revolta contra a ditadura da magreza, lutando pelo início de uma era em que gordura volta ser formosura.
Mas quem diz mulheres pode dizer homens, pois e cada vez maior o número de homens que sente a gordura como um obstáculo ao seu bem-estar psicológico. A cultura pop dominante serve-se de corpos altamente musculados e magros que os fazem sentir deslocados.
Estar deslocado do grupo in é, como se sabe, o pior que pode acontecer aos espíritos débeis. Isto se não pertencermos todos a esse grupo: pedindo aos carros, aos objectos, aos adereços que façam de penso rápido para o nosso vazio interior.
1 comentário:
E as lamentáveis imagens da Fashion TV, onde as mulheres surgem esqueléticas, de joelhos ossudos e ombros caídos, para nem sequer falarmos das olheiras e costelas à mostra. Ridículo.
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