27 julho 2011

A obscenidade


O óbvio: as fortunas engordaram (as maiores fortunas de Portugal cresceram 18% em 2011 ). A crise é para as maiorias.
O obsceno: dizer, como em certo jornal, que «Em época em que é impossível deixar de ouvir falar, diariamente, de crise - ele é nos jornais, na televisão, nos transportes, na rua e até num relaxante passeio à beira-mar - notícias como este "Top 10" das fortunas portuguesas da revista Exame soam como uma lufada de ar fresco. Assim, deixa-se de ouvir falar de cintos que se apertam e vacas que emagrecem para ficar a saber que o conjunto das 25 maiores fortunas de Portugal cresceu 17,4 mil milhões apenas no espaço de um ano. Ou seja, somam mais 17,8% do que em 2010.
Outro dado reconfortante que a edição de Agosto da revista Exame realça é que o conjunto das 25 maiores fortunas portuguesas equivale a 10,1% do Produto Interno Bruto português de 2010, a preços de mercado.»
Não sei como pode isso ser reconfortante quando a maioria tem de fazer contas e poupar na comida e noutros bens para poder aguentar o barco.

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