17 novembro 2011

O jeito que as crises dão


Com passinhos de lã, o governo vai tentando levar a água ao seu moinho, exaurindo os solos, qual praga de eucaliptos, para que todos agradeçam a pouca água que lhes calhar em sorte. As vítimas serão, agora, os mais velhos.
O governo não gosta de velhos. Quer que os empresários os ponham a andar das empresas. São um empecilho para o Estado - ganham mais, pagam mais impostos e o Estado não quer que isso aconteça. É preciso americanizar isto tudo: pagar menos aos mais novos que produzem mais.
A protecção no trabalho tem os dias contados por vontade do PSD e do CDS/PP.
A retórica é sempre pelo lado da competência, da viabilidade e de outros méritos com que convém acenar para ir criando divisões e se poder reinar. Na prática, a ser criada a tal lei, os mais velhos que se acautelem, chegam aos quarentas e ala, borda fora. Como nessa meia idade é difícilimo arranjar emprego, sugere-se que os primeiros a virem para a rua criem empresas de suicídio assistido, pois os cidadãos tornar-se-ão desnecessários.
Que belo país o nosso.

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